
Desde a sua formação inicial
colaborou e promoveu várias publicações de cariz bíblico e missionário.
Passado pouco mais de
um ano da sua nomeação para o cargo de Director Nacional das Obras Missionárias
Pontifícias que balanço pode fazer?
- Eu tive a
sorte de entrar no "comboio das OMP" em andamento positivo graças ao
bom trabalho do P. Durães, o anterior director das OMP. Praticamente eu segui o
que ele já tinha delineado, e bem. Contudo houve algumas coisas novas que fomos
colocando em acção. A primeira de todas foi o encontro com os directores
diocesanos das OMP. Um encontro cosiderado por todos como muito positivo. Aí
podemos conversar sobre as dificuldades que encontramos na maneira de pôr en
acção o dinamismo missionário. Também partilhar o que fazemos e como o fazemos.
Há já muita coisa boa que se vai fazendo em cada diocese. Umas estão mais
avançadas outras menos. Mas o ardor que escutamos de uns e de outros em dar
rosto à carta Pastoral dos bispos: "Como
eu vos fiz fazei vós também" é um sinal claro de que nos sentimos
empenhados na mesma Missão.
Uma segunda acção nova é o
empenho que colocamos em desenvolver a Infância Missionária. Todos estamos
empenhados neste serviço lindo de colocar as crianças, adolescentes e jovens em
sentido missionário. De abrir os orizontes da fé para que a minha descoberta de
Jesus seja partilhada com outras crianças do mundo inteiro. Para isso
desenvolvemos todo um percurso em cinco anos que abrange os cinco continentes.
Começámos este ano com a Ásia.
Porquê a Ásia?
- Porque é aí que se encontra a
grande maioria da população que ainda nunca ouviu falar de Jesus. E se as
crianças com a sua simplicidade e abertura olham para a Ásia com carinho então
penso que a sua acção em favor dos outros se traduz em amor, esse mesmo amor de
Jesus que a ninguém excluía mas que a todos acolhia.
Que outras acções?...
- Tivemos as Jornadas
missionárias no passado dia 14 a 16 de Setembro. Tiveram um outro modelo. As
pessoas, de uma maneira geral, gostaram. Disseram que foram mais leves e mais
participativas da parte de todos. No dia 16, domingo, inserimo-nos nas
cerimónias do Santuário, recitação do Terço na capelinha e Eucristia no
recinto. O terminar as Joranadas com a Eucaristia no recineto é o primeiro
passo, passinho pequenino, para uma ideia a palpitar que é a Peregrinação
nacional da Missão. Não apenas para as pessoas que participam nas Jornadas, mas
para todos os cristãos de todas as dioceses. Seria a nossa Peregrinação
Nacional da Missão.
Como vê, estamos pouco a pouco a
dar alguns passos que me parecem muito positivos.
Como vê que o “Ano da
Fé” possa contribuir para o revigorar duma identidade missionária da Igreja?

Qual a situação geral
da animação missionária em Portugal?
- Penso que ela está em
"gestação" avançada, quer dizer todos: Dioceses, OMP, Institutos
missionários estão a trabalhar em conjunto no anúncio da Boa Nova. Existe hoje
uma grande convergência de entendimento entre os institutos religiosos
missionários e as estruturas diocesanas portuguesas. Naturalmente que há ainda
muito a fazer para aquilo que eu chamo de voltar a existir uma "cultura
missionária" em Portugal. Fazer com que todas as pessoas estejam despertas
à Missão. Missão que não é apenas celebração de
sacramentos, mas que abrange todos os sectores da vida humana. O seu
desenvolvimento integral a nível religiosos, cultural, social, politico e
económico. E para isso são necessáriastodas aspessoas e não apenas um grupo ou
o grupo dos cristãos católicos. A "cultura missionária" deve abraçar
todos os sectores, aquilo que eu chamo de pessoas de boa vontade. Pessoas que
vêem neste trabalho da Missão, de dedicação ao outro, algo de importante para
formar a grande família humana.
- Dar um maior relevo às
celebrações do Dia Mundial das Missões, da Infância Misionária no dia da
Epifania, no Baptismo do Senhor, no Tempo Pascal, etc. Criarem na paróquia
grupos de oração pela Missão. Fazer a
descoberta da Carta Pastoral "Como eu vos fiz, fazei vós também" para
que a partir desse "fogo" missionário nos corações de todos se possa
criar ou estabelecer com mais ardor os grupos missionários paroquiais. Os
conselhos missionários diocesanos. A minha vontade era ver que cada paróquia se
interessa-se pela outra que está ao seu lado e assim sucessivamente e que
ninguém se fechasse na sua "capelinha".
O envio de
missionários leigos tem aumentado nos últimos tempos (Portugal terá neste
momento cerca de 800 missionários um pouco por todo o mundo). Que desafios e
oportunidades representam para a Igreja portuguesa estes números?
