terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Dois mil e Deus

Que 2011 chegue em festa, como uma página em branco que Deus nos coloca diante das mãos, para preencher com as marcas do melhor que existe em nós


2010 chega ao fim e volta em nós este sentimento de impotência perante a inexorabilidade do tempo, as tantas expectativas que ficaram por cumprir, as surpresas, o sabor amargo de uma crise que, em muitos momentos, apagou do mapa toda e qualquer boa notícia que cada dia pudesse trazer consigo.

É ainda demasiado cedo para perceber se 2010 será um ano para a história de Portugal, mas é já certo que fica na história da Igreja Católica: seja pela presença de Bento XVI entre nós, seja pela visibilidade cada vez maior da Igreja Católica em questões sociais, este ano foi uma espécie de “dois mil e Deus”, como há muito não se via.

Por mais que se procure afastar a religião do espaço público, a sua presença capilar nas mais diversas áreas da vida social faz com que surja, quando menos se espera, ainda com mais força.

Esta força torna-se respeitada e admirada quando aplicada em favor dos mais desfavorecidos, dos que não têm voz, dos esquecidos de uma sociedade demasiado preocupada com «ratings» e mercados para perceber que o maior capital que tem a defender é cada pessoa, na sua dignidade.

E agora, preparamo-nos para 2011. Os ciclos que marcam a nossa vida levam a que cada ano novo seja, mais depressa do que nós gostaríamos, um ano velho, alvo de balanços e de comparações com outros que, antes deles, nasceram cheios de promessas de um mundo novo.

Procuramos, instintivamente, revisitar os nossos passos, inspeccionar os caminhos por onde andámos, rever marcas dos locais e pessoas que nos marcaram, como se isso mudasse o passado e redefinisse o presente. Voltar atrás sobre as nossas pegadas não nos regenera, apenas nos afunda. O nosso caminhar pertence ao futuro.

Cada ano corre, inexoravelmente, parecendo igual a todos os outros que o precederam, mas a chave para mudança reside não numa qualquer força cósmica que nos transcende ou em fórmulas mágicas, mas dentro de cada um. Para que a impotência não nos domine.

Que 2011 chegue em festa, como uma página em branco que Deus nos coloca diante das mãos, para preencher com as marcas do melhor que existe em nós, num momento em que são particularmente importantes a solidariedade e a esperança para uma vida nova.

Octávio Carmo


domingo, 26 de dezembro de 2010

Sagrada Família


Sagrada Família, Jesus, Maria e José, nós vos agradecemos pela convivência exemplar que tiveste no cumprimento da vontade do Pai.
Que em nossos lares floresçam as virtudes que animaram o vosso lar em Nazaré: caridade, humildade, diálogo, compreensão e ternura.
Intercedei por todas as famílias que hoje passam por grandes dificuldades e crises. Queremos também pedir a graça de sempre colaborar com a nossa vida e testemunho, para que todas as famílias descubram os caminhos do amor, da compreensão, do diálogo sincero e da paz.
Jesus, Maria e José, rogai a Deus por todas as famílias. 
Amém.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Começar 2011 com um segundo em oração

Frade franciscano apela a uma «elevação espiritual» que toque «todos os povos», sem a «euforia neurótica» que marca a passagem de ano


O frei Fernando Ventura quer que o primeiro instante de 2011, um segundo, seja dedicado à comunhão espiritual com todas as pessoas do planeta, independentemente das suas convicções religiosas.

“A ideia é de que, à medida que o novo ano fosse entrando em cada fuso horário, houvesse alguém com vontade de sair de si, em oração, independentemente da sua sensibilidade religiosa”, promovendo “acima de tudo um encontro de humanidade”, explica o religioso católico à Agência ECCLESIA.

O biblista pretende que o início de 2011 constitua, do “Oriente ao Ocidente”, uma “elevação espiritual” que possa “tocar todos os povos”, incluindo as “sensibilidades não religiosas” que “partilham o ser pessoa”.

A iniciativa ambiciona fazer “de uma nova década o início de um novo ciclo, aumentando a consciência universal da necessidade absoluta de ir para além das fronteiras religiosas, percebendo que Deus não tem religião nem limites filosóficos”, diz Fernando Ventura.

A proposta nasceu de um desafio deixado na página do Facebook do franciscano capuchinho por Abraão Rafael, que o religioso ainda não conhece pessoalmente, mas que acredita, pelos contactos que tem estabelecido, não “vir do mundo cristão”.

“É uma provocação o mais possível”, acentua frei Fernando Ventura, que qualifica de “meteórica” a adesão registada naquela rede social da Internet poucas horas após a apresentação da ideia, que em 2011, diz, será uma espécie de “ensaio geral”.

O animador bíblico admite que a proposta “pode provocar algumas reacções epidérmicas de alergia”, mas ainda assim já a levou à hierarquia da Igreja: o sacerdote sugeriu a D. Carlos Azevedo, bispo auxiliar de Lisboa, que a Conferência Episcopal Portuguesa aderisse à iniciativa e o prelado “disse imediatamente que sim”.

O religioso de 51 anos admite que um segundo “não é de todo suficiente, mas é um primeiro passo”: “Não podemos pedir demais. Para o ano vamos pedir dois…”, diz.

“O ser um segundo é uma provocação. É evidente que não chega. Mas devagarinho, talvez consigamos passar uma mensagem diferente, que não seja só a do Natal ‘made in China’ [fabricado na China] ou da euforia neurótica dos gritos dos primeiros momentos do ano”, sublinha.

A iniciativa tem também como objectivo purificar as crenças religiosas de concepções que instigam a guerra: “Penso que estamos no tempo de matar as religiões que matam”, frisa frei Ventura, para quem a actual “crise das religiões” é “querida por Deus”.

“Uma relação de fé com Deus implica uma relação de intimidade com os outros”, pelo que as religiões têm deixar de ser “combustível” para conflitos que não são mais do que políticos, defende.

Fernando Ventura fala de um “casamento de Deus com a História” para evocar a tradição judaico-cristã que salienta o desejo de harmonia e comunhão entre o divino e todas as culturas.

Nas primeiras linhas do Génesis, livro que abre a Bíblia, “Deus começa solteiro”, manifestando-se num “espírito que paira sobre a superfície das águas”, e na última linha do Apocalipse, texto que encerra a Escritura, descreve-se “o encontro final” entre Deus e a humanidade, sintetiza o religioso.

Fonte - Aqui

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Portugal vai ter Nova Beata

Papa reconheceu milagre atribuído a Madre Maria Clara do Menino Jesus, que viveu no século XIX e fundou congregação religiosa dedicada aos mais pobres


Um milagre atribuído à intercessão da religiosa portuguesa Irmã Maria Clara do Menino Jesus (1843-1899), conhecida por Mãe Clara, natural de Lisboa, abre caminho definitivo à sua beatificação.

Bento XVI aprovou hoje, 10 de Dezembro, a publicação do Decreto de aprovação do milagre, anuncia a sala de imprensa da Santa Sé, completando assim o último passo antes da marcação da cerimónia.

O caso da fundadora da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFHIC) refere-se, segundo o instituto religioso, à “cura repentina de pioderma gangrenoso” (doença cutânea ulcerativa) de que a espanhola Georgina Troncoso Monteagudo sofria há 34 anos.

No dia 7 de Dezembro, os cardeais e bispos da Congregação para a Causa dos Santos tinham reconhecido o milagre, emitindo parecer positivo sobre a cura.

A celebração de beatificação poderá ocorrer em meados do próximo ano, na Diocese de Lisboa.

Libânia do Carmo Galvão Meixa de Moura Telles e Albuquerque nasceu na Amadora, em Lisboa, a 15 de Junho de 1843.

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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O Advento da esperança

Longa é a noite e a madrugada não rompe. Já nos cansamos de discursos, análises, críticas, explicações e promessas. Ainda não deslindamos por inteiro as causas visíveis e invisíveis, próximas e distantes de todo este desencanto que nos invade, espécie de Inverno sem sinais de vida. Nem sabemos bem onde estão os erros mais básicos nesta aritmética que não sabe multiplicar os bens e dividir os males.
Já percebemos que quase tudo nos pode acontecer.Com a humilhação de termos estado prestes a ser um país moderno, civilizado e desenvolvido. Tudo parece cair ao mesmo tempo. A pobreza já não se envergonha como dantes. Estala nos protestos expressos em todos os recantos. Cada vez é maior o número dos que se consideram desabrigados, sem capacidade para o sonho médio de há uns tempos atrás: uma casa condigna, um carro, televisor, electrodoméstico, computador, máquinas disto e daquilo, gelados e congelados em abundância…
Não longe daqui estará o problema. Quase tudo foi multiplicado luxuriosamente. Adquiriram-se hábitos, contraíram-se empréstimos, dívidas, vícios, estilos, padrões insustentáveis que a tão falada crise veio revelar. Enganámo-nos na medição da nossa estatura.
E por aqui andamos, atordoados, sem saber bem como e quando tudo isto vai acabar. E quem vai escapar deste vendaval sem ter de mudar de vida e experimentar uma austeridade dura e crua de renúncia a muitos teres e haveres porventura essenciais a uma existência de qualidade.
Independentemente da saída técnica da crise temos de reaprender a viver.Com a renúncia, a austeridade, a procura quotidiana do essencial e a renúncia ao supérfluo. E medir bem o lixo - o que se deita fora e o que se guarda - esse montão diário que é o pão do diabo mal amassado, fruto impuro do nosso esbanjamento. Tudo isto associado ao trabalho, que se não faz, ao tempo que se desperdiça, ao engano que pode constituir ter sobre a mesa o pão sem suor, as fortunas sem mérito, as contas engordadas pelo jogo de mercado e pela sorte que gera fortunas. E com os mais frágeis a perderem continuamente no encalço dos bens.
Este Advento pode significar uma peregrinação interior à comunidade que somos. Para nos acender a esperança mesmo quando todos os caminhos parecem bloqueados. Que seria dos trinta homens da mina de S. José sem a Esperança?
António Rego

Maria Imaculada

domingo, 5 de dezembro de 2010

Mensagem da Confederação Portuguesa do Voluntariado

Por decisão da Organização das Nações Unidas, assinala-se a 5 de Dezembro em todo o mundo, o Dia Internacional do Voluntariado.



A Confederação Portuguesa do Voluntariado (CPV) associa-se à celebração deste dia manifestando, em primeiro lugar, o profundo agradecimento a todos os homens e mulheres que decidiram assumir o exercício pleno da sua cidadania, partilhando capacidades e competências ao serviço dos outros sem nada esperar em troca. Num mundo que evidencia o ter como factor determinante na realização pessoal das pessoas em sociedade, ser voluntário/a é um desafio exigente, mas será um dom para a mudança de paradigma civilizacional que se impõe.
A este propósito, realça-se a circunstância deste ano ter sido escolhido pelo Parlamento Europeu para a intensificação do combate ao maior flagelo da humanidade que é a Pobreza e a Exclusão Social. Neste combate, desde sempre, esteve, na linha da frente, a força do voluntariado, sem o reconhecimento mediático proporcional à sua dimensão, mas suficientemente eficaz para atenuar, de forma significativa este flagelo. É com base na experiência humanizadora da dádiva, isenta de interesses materialistas, que a mudança de paradigma tem de acontecer.

É com esta convicção que a CPV quis assinalar o Dia Internacional do Voluntariado, com a realização do seu primeiro congresso sob o lema Voluntariado, Força de Mudança. Quis ainda deixar bem claro que o voluntariado sempre foi, e terá de continuar a ser, dinamismo fundamental na sociedade portuguesa. Está em pé de igualdade com o sector público e o sector privado; é vivido nas centenas de milhar de voluntários e voluntárias, nos largos milhares de organizações e na enorme quantidade e diversidade da sua acção, mas também noutras dimensões menos visíveis. São elas, nomeadamente, a capacidade de mobilização para a solução de problemas; a antecipação a políticas públicas; bem como a influência exercida no sector público e em toda a sociedade civil.

Pretende também, com este primeiro Congresso Português do Voluntariado, marcar o início da sua participação activa nas comemorações e actividades do Ano Europeu do Voluntariado, que se assinalará em 2011. Esperamos que o mesmo venha a contribuir para a afirmação e dignificação dos voluntários/as, como expressão específica da cidadania activa, que o Estado Português deve promover e apoiar, valorizando sempre o respeito pela identidade e autonomia das organizações que os enquadram.

Eugénio Fonseca, Presidente da Confederação Portuguesa do Voluntariado

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sábado, 4 de dezembro de 2010

«Vírus da competitividade não tem lugar no Voluntariado»

Na abertura do I Congresso Português do sector, Eugénio da Fonseca pediu maior coesão às instituições de apoio social




Arrancou este Sábado, dia 4 de Dezembro, o I Congresso Português do Voluntariado, uma iniciativa acolhida pelo Centro Ismaili, em Lisboa, e que é organizada pela Confederação Portuguesa do Voluntariado (CPV).

Eugénio da Fonseca, em declarações à agência ECCLESIA, explicou os objectivos deste encontro, que tem como tema «Voluntariado, força de mudança».

Para além de se querer «promover um melhor conhecimento daquilo que o voluntariado já vai fazendo na sociedade portuguesa», importa sobretudo passar a mensagem de que «o sector do voluntariado precisa de uma maior coesão entre as suas diversas organizações», defende o presidente da CPV.

Uma coesão que não significa menosprezar a identidade de cada instituição voluntária ou cercear a sua autonomia mas onde se «valoriza muito a complementaridade e a articulação entre todas elas».

Isto porque, para Eugénio da Fonseca, «o grande risco para o sector do Voluntariado era dar entrada ao vírus que tem minado o mundo económico, ou seja, a competitividade e a concorrência». Algo que «aqui não faz qualquer sentido» sublinha o líder da CPV.

Foi precisamente esta ideia que procurou também transmitir às centenas de voluntários e voluntárias presentes na sessão de abertura deste Congresso.
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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A missão em tempo de globalização (conclusão)

Os novos horizontes da missão

1. Os novos modelos desta sociedade global são cada vez mais construídos a margem de qualquer referência religiosa. As antigas mediações por onde passava a fé: a família, a escola, a cultura, o meio, deixaram de os ser. O número dos que não conhecem a Deus esta em contínuo aumento, duplicou desde o Concílio para cá, como diz João Paulo II. Assim neste mundo secularizado, a necessidade de uma primeira evangelização é cada vez mais urgente.

2. Diante da uniformização dos padrões culturais veiculados pelas grandes potências, os povos tornam-se cada vez mais sensíveis à defesa dos seus próprios valores. Assim, o anúncio do Evangelho passa pelo respeito pela diferença e pela defesa dos seus valores culturais, pela promoção da sua identidade. Evangelizar, mais que convencer, é respeitar, escutar e acolher.

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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

S.Francisco Xavier - Padroeiro das Missões

“Não é muito alto nem muito pequeno. O seu porte é nobre sem afectação, e os seus olhos fixos continuamente no céu e humedecidos pelas lágrimas. Aos seus lábios assoma perpétuo sorriso; as suas palavras são poucas, mas comovem até fazer chorar”. Esta era a imagem de Xavier que mantinha fresca na sua imaginação o Padre Baltasar Nunes Barreto, ao escrever da Índia, em 1548. Na profundidade dos seus olhos negros encerravam-se as aspirações de uma alma grande, que no Oriente inteiro encontrou cárcere estreito para as suas ânsias de apostolado.

S. Francisco Xavier é uma das figuras mais extraordinárias de Apóstolo de todos os tempos. Nasceu, a 7 de Abril de 1506, no castelo de Xavier, perto de Pamplona (Espanha). Fez os seus estudos na Universidade de Paris, onde, em 1530, era já professor. Aí conheceu um seu aluno, Inácio de Loiola, que por sua vez lhe dava lições de vida cristã, repetindo-lhe a frase evangélica: “que vale ao homem ganhar todo o mundo, se perde a alma?...”, até que Francisco se rende à Verdade, renuncia às suas ambições académicas e junta-se ao primeiro grupo de jesuítas.

Ordenado sacerdote em 1537, em Roma, é enviado pelo Papa, em 1541, à Índia, ao serviço do rei português, desembarcando em Goa, em 1542, após mais de um ano de viagem onde serviu de enfermeiro e consolador numa peste que atacou a tripulação. Os dez anos que se seguem, constituem uma das epopeias mais gloriosas da História missionária da Igreja.

Sem um momento de descanso, percorre o sul dessa grande nação, calcorreando milhares de quilómetros a pé, pregando e baptizando centenas de milhares de pessoas, famintas da Palavra de Deus, instruindo-as, erguendo Missões, Colégios e Seminários. Em 1551, dirige-se ao Japão, tentando também evangelizar este povo, porém com pouco sucesso, devido à língua e à renitência do povo. Mas não desanima. Não bastava a sua alma apostólica e missionária tanta missão e sofrimento. Sonhou evangelizar também a imensa China, mas morre, aos 46 anos, totalmente esgotado e sem forças, na noite de 2 para 3 de Dezembro de 1552, na Ilha de San-Choan. De Goa vieram buscar o seu corpo que jaz numa urna venerada por cristãos e hindus.

Foi canonizado em 1622, juntamente com Santo Inácio de Loiola. Foi proclamado Patrono principal das Missões. A sua memória litúrgica é celebrada a 3 de Dezembro.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Fundação Evangelização e Culturas promove seminário para assinalar 20.º aniversário


A Fundação Evangelização e Culturas – FEC,que este ano comemora o seu 20.º aniversário, promove o seminário “Fé e Cooperação”, a realizar-se no próximo dia 13 de Dezembro, a partir das 9 horas, no Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian.
“As religiões e os líderes religiosos continuam a ter um papel basilar, influenciando de modo determinante atitudes, comportamentos e crenças e participando de forma directa na construção das sociedades”, refere a FEC.
Inscrições e informações através do email seminario20anos@fecongd.org

Fonte - Ecclesia