Intenção Missionária


Dezembro de 2013
“Preparar o Natal. Para que os cristãos, iluminados pelo Verbo Encarnado, preparem a vinda do Salvador”.
Todas as festas têm que ser preparadas. E quanto maior é a festa, mais cuidada deve ser a sua preparação.

E o Natal é a grande festa do cristão. É verdade que a Páscoa é a festa número um do Cristianismo, mas Cristo não podia ressuscitar se não tivesse nascido... Neste sentido, o Natal é a festa fundamental entre todas.
Mas enquanto as festas em geral têm uma preparação meramente exterior, o nascimento de Cristo exige uma preparação sobretudo interior. Isto não exclui que outras componentes do Natal, concretamente a chamada consoada, devam ser esquecidas, mas o cristão não pode esquecer que o principal é a vivência interior do nascimento de Jesus.
Porém, infelizmente, muitos cristãos limitam-se, praticamente, à parte exterior, esquecendo-se de viver o Advento, como tempo de preparação para o Natal, a fim de este ser vivido cristãmente e não como mais uma festa.
E a atitude espiritual de espera vigilante e orante deve ser a fundamental a exercitar no tempo do Advento. Foi, certamente, esta a atitude que tiveram Maria e José. Com que emoção eles não terão preparado o nascimento de Jesus, sobretudo nos dias que o precederam imediatamente!
Nós, cristãos, temos a missão de difundir, por meio do testemunho da nossa vida, a verdade do Natal que este nos traz cada ano. Esta verdade continua a ser necessária num mundo que vive, tantas vezes, na mentira, no fingimento, nas aparências. O Natal não é a mera recordação de um acontecimento do passado, mas um facto presente, tão verdadeiro como foi há dois mil anos.
Que o Menino Jesus, ao nascer, não nos encontre distraídos. Preparemos na nossa alma e na nossa família uma digna morada, onde Ele Se sinta acolhido com fé e amor.
António Coelho, s.j.



Novembro de 2013
“Para que a Missão Continental tenha como fruto o envio de missionários da América Latina para outras Igrejas”.

Reflexão
Comecemos por dizer algumas palavras sobre a Missão Continental de que fala a Intenção Missionária deste mês, já que esta não é conhecida entre nós.
Em Maio de 2007, e contando com a presença do Papa Bento XVI, a Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe realizou a sua 5ª Assembleia, na cidade de Aparecida, no Brasil. O COMLA (8º Congresso Missionário Latino-americano), realizado em Quito (Equador), em 2008, representou o lançamento oficial da Missão Continental.

Os bispos fizeram um balanço da vida de fé no Continente e concluíram que era vontade de Deus, para eles e para as suas dioceses, a realização de uma grande Missão Continental. Declararam os bispos: «Começa um novo período da história, com desafios e exigências, caracterizado por uma desorientação generalizada, que se manifesta em novas perturbações sociais e políticas, provocadas por uma cultura estranha e hostil à tradição cristã... A Igreja está chamada a relançar a sua missão nestas novas circunstâncias. Ela não pode fechar-se em si mesma. Trata-se de confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho, a partir de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que suscite discípulos e missionários».
O propósito dos bispos em Aparecida é muito claro: a «firme decisão missionária deve impregnar todas as estruturas eclesiais e todos os planos pastorais das dioceses, paróquias, comunidades religiosas, movimentos e todas as instituições da Igreja. Todos devem entrar decididamente no processo indicado de renovação missionária e abandonar as estruturas caducas que não favoreçam a transmissão da fé».
Os bispos não falaram explicitamente do «envio de missionários a outras Igrejas», mas a Intenção Missionária deste mês fala. Mas podemos dizer que tal está implícito nas palavras que os bispos latino-americanos proferiram.
O Papa propõe assim à nossa oração aquilo que é desejo de toda a Igreja: que todas as dioceses da América Latina tenham a generosidade e a valentia de enviar missionários a outras Igrejas, o que já acontece, mas pedimos a Deus que se intensifique.
António Coelho, s.j


Outubro 2013
“Para que a Jornada Missionária Mundial nos anime a ser destinatários e anunciadores da Palavra de Deus”.
Reflexão
O mês de Outubro é, para a Igreja Católica em todo o mundo, o período no qual são intensificadas as iniciativas de informação, formação, animação e cooperação em prol da Missão universal. O objectivo é promover e despertar a consciência, a vida e as vocações missionárias, bem como realizar um ofertório mundial para o sustento de actividades de promoção humana e evangelização nos cinco continentes.
Durante a JMJ, no encontro com os jovens argentinos, o papa Francisco convocou a juventude para a acção. “Desejo dizer-lhes qual é a consequência que eu espero da Jornada Mundial da Juventude: espero que façam barulho... Aqui, no Rio, farão barulho, farão certamente. Mas eu quero que se façam ouvir também nas dioceses, quero que saiam, quero que a Igreja saia pelas estradas, quero que nos defendamos de tudo o que é mundanismo, imobilismo, nos defendamos do que é comodidade, do que é clericalismo, de tudo aquilo que é viver fechados em nós mesmos. As paróquias, as escolas, as instituições são feitas para sair; se não o fizerem, tornam-se uma ONG e a Igreja não pode ser uma ONG”.

A Missão é a principal razão de ser da nossa Igreja que deve contar com a generosidade da juventude. A partir das acções missionárias neste mês de Outubro, toda a comunidade cristã é convidada a renovar o seu compromisso baptismal e a sair de si, seguindo o mandato de Jesus Cristo, “Ide fazei discípulos todas as nações” (Mt 28, 19).

O Mês Missionário é um tempo propício para reflectir sobre a nossa responsabilidade com a missão universal. É compromisso de todos viver a solidariedade, a partilha e a ajuda mútua em todas as partes do mundo, seja na oração, no testemunho e na generosidade com a oferta. A colecta do Dia Mundial das Missões (neste ano realizada nos dias 19 e 20 de Outubro) é um gesto concreto que mostra a nossa participação e interesse com a Missão da Igreja em todo o mundo.

Dia Mundial das Missões
O Dia Mundial das Missões, celebrado todos os anos no penúltimo domingo de Outubro, teve origem em 1922, quando foi eleito papa o cardeal arcebispo de Milão (Itália) Aquiles Ratti, que tomou o nome de Pio XI (1922-1939). O seu ardor missionário era conhecido por todos e esperava-se dele um grande impulso para a Missão. Estimulou a criação de novas Missões; e ordenou os primeiros bispos indianos  (1923) e chineses (1926). No Ano Santo de 1925, abriu no Vaticano uma Exposição Missionária Mundial e, no ano seguinte, publicou uma Encíclica sobre as Missões, Rerum Ecclesiae, em que reafirmava a importância dos objectivos missionários programados no início do seu pontificado.


Logo em 1922, Pio XI constituiu as Obras Missionárias Pontifícias  (OMP), recomendando-as como instrumentos principais e oficiais da Cooperação Missionária de toda a Igreja. Em 1926, foi proposta a instituição em todo o mundo católico de um Dia de oração e ofertas a favor da evangelização dos povos. O papa considerou a iniciativa como “uma inspiração que vem do céu”, aprovando, em 14 de Abril de 1926, a celebração anual do Dia Mundial das Missões.


Setembro 2013


Para que os cristãos que sofrem perseguição em várias regiões do mundo possam ser, com seu testemunho, profetas do amor de Cristo.




Agosto 2013
Para que as Igrejas locais em África, fiéis ao Evangelho, promovam a construção da paz e da justiça.

Se a falta de paz e de justiça se faz sentir em todas as partes do mundo, isso acontece com mais evidência em África. Com efeito, todos os dias nos chegam notícias sobre guerras e conflitos neste continente, conflitos que em muitas partes se tornaram endémicos e nalguns casos até se têm agravado de dia para dia.
Esta falta de paz e de justiça manifesta-se das mais diversas maneiras e aqui só enumeramos algumas:

- as revoltas populares na África do Norte, que pareciam trazer a esperança de dias melhores, apelidadas até dePrimavera Árabe, que depressa se tornou «inverno»;
- as eleições na maior parte dos países, sem democracia nem transparência, e que, em muitos caos, têm conduzido a conflitos armados;
- a apropriação do poder por alguns que, na prática, não admitem sucessores;
- o empobrecimento das populações, e um longo etc., que mostram claramente o rosto actual de África.
reconciliação e a justiça são as condições essenciais para a paz. Sem estas condições, a paz será uma ilusão passageira. Daqui a necessidade de formar as consciências para as exigências da justiça, para que homens e mulheres se comprometam em realizar uma ordem social justa, por meio de um comportamento responsável.
A Igreja tem, como sempre teve, um papel importante a desempenhar em relação a todos os problemas que África enfrenta. Ela sabe que a verdadeira paz só pode ser dada por Cristo: «Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz» (Jo 14, 17). A paz que Cristo nos trouxe e a justiça que praticou e ensinou são o único caminho para se conseguir restaurar os laços fraternos na família humana, que devia ser uma comunidade de paz e fraternidade, mas infelizmente está longe de o ser.
A Igreja é essencialmente artífice da paz, agente de reconciliação e arauto da justiça. É sua função educar as pessoas para que assimilem o Espírito de Cristo, «príncipe de paz», Aquele «que não apaga a chama que ainda fumega, nem quebra a cana rachada».
Rezemos neste mês para que a paz e a justiça se vão tornando uma realidade em África.



Julho 2013
 
Intenção missionária:
Para que em todo o continente asiático estejam abertas as portas aos mensageiros do Evangelho.

Intenção geral:



Para que a Jornada Mundial da Juventude, que se realiza no Brasil, encoraje todos os jovens cristãos a tornarem-se discípulos e missionários do Evangelho.


Junho 2013
Para que, nos ambientes onde se vive uma maior secularização, as comunidades cristãs possam promover com eficácia uma nova evangelização.

A grande pergunta que se coloca, em relação à evangelização, é esta: como é que podemos responder, no nosso contexto cultural e eclesial, ao desafio de uma nova evangelização? Esta implica, antes de mais, a escuta, a compreensão, a interpretação das profundas mudanças históricas e culturais que estamos a viver. E, neste sentido, não se trata de reevangelizar, mas de uma verdadeira nova evangelização. Nova pelo seu entusiasmo, pelos seus métodos e as suas expressões. Não se trata, portanto, de refazer aquilo que foi mal feito, ou que não funciona. A nova evangelização não pode ser uma «nova versão» da primeira, mas uma evangelização que tenha a coragem de propor novos caminhos, frente às novas condições, no meio das quais a Igreja está chamada a viver, hoje, o anúncio do Evangelho.
O Papa emérito Bento XVI afirmou um dia que «o centro da crise da Igreja na Europa é uma crise de fé». Se não encontramos uma resposta para esta crise, se a fé não encontra uma nova vitalidade, todas as outras reformas serão ineficazes.
O empenho principal da nova evangelização consiste em acender a chama da fé em Jesus Cristo, uma chama que se transforme em fogo e desperte o desejo de partilhar a Boa Nova.
Quais poderiam ser os caminhos da nova evangelização, no contexto do forte secularismo em que vivemos? Apontaria somente três, dentro do espaço de que posso dispor. O primeiro seria a oração, que deve constituir sempre uma prioridade. Anunciar Deus deve significar introduzir a pessoa numa relação com Ele, por meio da oração. O segundo deve ser a revitalização espiritual das paróquias e comunidades cristãs. E dentro desta revitalização é essencial animar à leitura da Bíblia, pessoalmente, em família ou em pequenas comunidades. O terceiro seria a proposta de uma «arte de viver o Evangelho» que nos oferece resposta às nossas perguntas fundamentais, que nos mostra o caminho da vida e da alegria. Se esquecemos esta «arte», as outras coisas não funcionarão.
Onde se nota mais a influência do secularismo, a nova evangelização tem que abrir caminhos de esperança. É isto que devemos pedir a Deus, de um modo especial este mês.
Fonte - D' Aqui -  

Maio 2013


PARA QUE OS SEMINÁRIOS, ESPECIALMENTE OS QUE ESTÃO EM IGREJAS DE MISSÃO, FORMEM PASTORES SEGUNDO O CORAÇÃO DE CRISTO, DEDICADOS INTEIRAMENTE AO ANÚNCIO DO EVANGELHO


O Papa João Paulo II, na Exortação pós-sinodal Pastores dabo vobis, sobre a formação dos sacerdotes nas circunstâncias actuais, falou, naturalmente, sobre os seminários e a formação que deve ser dada nessa etapa àqueles que aspiram ao sacerdócio. Parece-nos, pois, oportuno apresentar algumas passagens desta Exortação.
60. «A identidade profunda do seminário é ser, à sua maneira, uma continuação na Igreja da íntima comunidade apostólica formada à volta de Jesus, na escuta da sua Palavra, a caminho da experiência da Páscoa, à espera do dom do Espírito para a missão. Esta identidade constitui o ideal formativo (...), estimula o seminário a encontrar a sua realização concreta, fiel aos valores evangélicos nos quais se inspira e capaz de responder às necessidades dos tempos».
«O Seminário maior deve procurar ser “uma comunidade estruturada por uma profunda amizade e caridade, de maneira que possa ser considerada uma verdadeira família que vive na alegria”. Sob um ponto de vista cristão, o Seminário deve configurar-se como “comunidade eclesial”, como “comunidade de discípulos do Senhor, na qual se celebra uma mesma liturgia (que impregna a vida do espírito de oração), formada cada dia na leitura e meditação da Palavra de Deus e com o sacramento da Eucaristia, no exercício da caridade fraterna e da justiça; uma comunidade na qual, por meio do crescimento da vida comunitária e na vida de cada membro, resplandeçam o amor de Cristo e o amor à Igreja”».
61. «Enquanto comunidade educativa, toda a vida do Seminário (...) está intensamente dedicada à formação humana, espiritual, intelectual e pastoral dos futuros presbíteros. Trata-se de uma formação que, mesmo tendo alguns aspectos comuns com a formação humana e cristã de todos os membros da Igreja, apresenta conteúdos, modalidades e características que nascem de maneira específica da finalidade que se pretende, isto é, de preparar para o sacerdócio».                                                                           Fonte - Apostolado da Oração




Abril 2013
Para que as Igrejas particulares nos territórios de missão sejam sinal e instrumento de esperança e ressurreição.









Março 2013
Para que os bispos, presbíteros e diáconos sejam anunciadores incansáveis do Evangelho até os confins da terra.
 


Fevereiro de 2013

 Bento XVI eleva as suas súplicas "Para que aqueles que sofrem por causa da guerra e dos conflitos sejam protagonistas de um futuro de paz".



Janeiro 2013

CRISTÃOS DO MÉDIO ORIENTE
Para que as comunidades do Médio Oriente recebam, do Espírito Santo, a força da fidelidade e da perseverança, particularmente quando são discriminadas.
São estas as comunidades mais antigas da Igreja, datando dos tempos de Cristo, e aqui se têm mantido, apesar das numerosas dificuldades, muitas vezes dolorosas, que têm experimentado, sobretudo nos últimos tempos.
Nestas terras, a única Igreja de Cristo aparece numa grande variedade de tradições litúrgicas, espirituais, culturais e disciplinares das seis Igrejas orientais católicas, juntamente com a tradição latina. Apesar da sua história particular, da sua língua e costumes, têm-se mantido unidas, através dos séculos.
Esta região representa algo de peculiar: é a terra de Abraão, a terra do Êxodo e do regresso do exílio; a terra do templo e dos profetas, e sobretudo a terra onde Cristo nasceu e ressuscitou. É o berço da Igreja, fundada para levar o Evangelho de Cristo até aos confins do mundo.
Durante muitos séculos, foi possível a estas comunidades conviver em paz, apesar da variedade de tradições, às quais já fizemos referência. Mas, nos tempos mais recentes, estas comunidades têm sido alvo de numerosas perseguições muito violentas, que incluem destruições de igrejas, atentados contra a vida de muitos cristãos, particularmente na Arábia Saudita, no Iraque e no Egipto. Sem se conhecerem exactamente as razões, os cristãos do Médio Oriente são os mais perseguidos em todo o mundo.
Mas é no meio destas incompreensões e perseguições de toda a ordem que os cristãos são chamados a continuar a dar o seu testemunho de fé, no âmbito pessoal, familiar e social. Para isto é necessário que eles reforcem a sua identidade cristã, mediante a Palavra de Deus e os sacramentos. Apesar das dificuldades e talvez até por causa delas, os cristãos estão chamados a ser pedras vivas da Igreja de Jesus Cristo.
Juntamente com o Santo Padre, rezemos para que se torne novamente realidade a convivência pacífica de outros tempos e os cristãos possam viver livremente a sua fé.


Dezembro


Acolher os emigrantes - Para que, em todo o mundo, os emigrantes sejam acolhidos, especialmente pelas comunidades cristãs, com generosidade e autêntica caridade. [Intenção Geral]

Cristo, luz da humanidade - Para que Cristo Se revele a toda a humanidade com a luz que procede de Belém e se reflecte no rosto da sua Igreja. [Intenção Missionária]



Novembro

A IGREJA, LUZ DAS NAÇÕES

Para que a Igreja peregrina sobre a terra resplandeça como luz das nações.


Por meio desta intenção missionária, o Papa convida todos os cristãos a meditar sobre a vocação e a missão da Igreja, e a considerar igualmente a parte que eles têm na sua realização. Isto significa que nós não estamos convidados somente a rezar pela Igreja, mas sobretudo a contribuir com toda a nossa vida para que a Igreja viva a sua vocação de dar testemunho de Deus que Se fez homem por todos os homens, por toda a humanidade e para, desta maneira, anunciar a Luz que em Jesus Cristo venceu o mundo.
Somos convidados, como Igreja, a unir-nos ao cântico de Zacarias e a confessar diante de todos os povos que Cristo veio visitar-nos «como uma Luz do alto, a fim de iluminar todos os que habitam nas trevas e sombras da morte e guiar os nossos passos no caminho da paz» (cf. Lc 1, 79).
Deus quer continuar, hoje, a sua obra, começada em Cristo, por meio da Igreja, para queela leve a sua Luz a todas as nações e lhes anuncie a salvação. Sabemos que a Igreja ainda se encontra a caminho, no cumprimento deste desejo de Deus e que tudo dependedo compromisso e da colaboração de todos os cristãos. Por isso, assim como Jesus pediu aos seus apóstolos, em Getsemani, que se unissem à sua oração, assim a «Igreja Peregrina», sentindo a sua debilidade e reconhecendo a sua necessidade, pede aos seus fiéis que rezem por ela, para que possa corresponder à sua missão de dar testemunho do amor imenso de Deus pelos homens e de colocar-se ao serviço de todos aqueles que não têm a luz de Deus, mas anseiam pela sua redenção.
Unindo-nos à oração da Igreja, procuramos sentir compaixão especialmente para com aqueles que não tiveram até agora a experiência do amor de Cristo; fazemos nossa a preocupação da Igreja pelas pessoas «que vivem nas trevas». A nossa oração só será verdadeira na medida em que estejamos dispostos a oferecer a Deus a nossa vida pela Igreja e por todos aqueles que ainda não possuem a luz. É nisto que consiste viver a nossa vocação baptismal: é pelo baptismo que pertencemos à Igreja; é pelo baptismo que somos chamados a anunciar a todos os povos a Luz de Cristo.


António Coelho, s.j.



Outubro

RENOVADO COMPROMISSO MISSIONÁRIO

Para que a celebração da Jornada Missionária Mundial seja ocasião de um renovado empenho na evangelização.


No dia 21 de Outubro, penúltimo domingo do mês, celebra-se, como já vem sendo tradição, o Dia Mundial das Missões, que este ano tem por tema: «Chamados a fazer brilhar a Palavra da verdade».
Com efeito, todos somos chamados a anunciar a Palavra de Deus. O Evangelho não é dom só para aquele que o recebeu; é um dom que deve ser partilhado, uma Boa Notícia que é preciso comunicar. E este compromisso é confiado a todos os baptizados, já que eles são «linhagem escolhida, nação santa, povo adquirido por Deus» (1 Pd 2, 9), para que proclame as suas maravilhas.

A cooperação na obra evangelizadora não se pode limitar a alguns momentos ou ocasiões particulares, mas estão incluídas nela todas as actividades do cristão; e tão pouco pode ser considerada uma das muitas actividades pastorais: a dimensão missionária da Igreja é essencial e, portanto, deve ter-se sempre presente. E o Dia Mundial das Missões não pode constituir um momento isolado no decurso do ano, mas deve oferecer uma ocasião importante de meditarmos na nossa vocação missionária e como estamos a realizá-la.
Outro objectivo do Dia Mundial das Missões é o de chamar a atenção para a solidariedade, ou seja, a ajuda de todos para o desenvolvimento das tarefas de evangelização nas terras de missão. Trata-se de apoiar instituições necessárias para estabelecer e consolidar a Igreja, por meio dos catequistas, dos seminários, etc., e também de dar a própria contribuição para a melhoria das condições da vida das pessoas em países onde são mais graves os fenómenos de pobreza, desnutrição e várias doenças.
Através da participação responsável na missão da Igreja, o cristão transforma-se emconstrutor da comunhão, da paz e da solidariedade que Cristo nos trouxe e colabora narealização do plano salvífico de Deus para toda a humanidade.



SETEMBRO

Ajuda espiritual e material às Igrejas mais pobres
Para que as comunidades cristãs estejam sempre mais disponíveis para enviar missionários, sacerdotes e leigos, e recursos materiais em favor das Igrejas mais pobres.

AGOSTO
Para que os jovens chamados à sequela de Cristo se disponibilizem a proclamar e testemunhar o Evangelho até os extremos confins da terra.



JULHO

Por um voluntariado que seja testemunho
Para que todos os voluntários cristãos, presentes nos territórios de missão, saibam dar testemunho da caridade de Cristo

Novos protagonistas
O voluntariado missionário católico dá este ano, mais uma vez, mostras de um grande fôlego, com vários movimentos de diversas regiões do país a deslocarem-se até Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
Os integrantes destes projectos não levam muita coisa na bagagem: t-shirts, os habituais jeans, calções, chinelos e muita energia, porque o calor é muito e o grupo é de gente nova. As motivações, essas, estão na vontade de ajudar o outro e na fé de cada um.
A Igreja e a sociedade portuguesas têm-se habituado, ao longo dos últimos anos, a observar com muita atenção estes novos protagonistas da Missão. No terreno vão encontrar uma realidade diferente da sua e integrar-se num projecto específico, pelo que, para tal foi fundamental a formação recebida antes de partir.
A identidade destes novos missionários, na sua maioria recém-licenciados, que antes de entrar no mundo do trabalho querem colocar o seu saber e vontade ao serviço do outro. A opção missionária, porém, toca também profissionais já efectivos em empresas e ainda casais que, juntos vivem a fé noutro continente.
O voluntariado, com as suas dinâmicas próprias, trouxe uma onda de criatividade à acção missionária da Igreja, conseguindo tocar os corações de muitos jovens, e menos jovens, movimentando sectores mais vastos das comunidades cristãs.
A Missão, hoje em dia, aparece como uma realidade mais próxima dos católicos, leigos ou padres, numa dinâmica que mobiliza, cada vez mais, recursos das paróquias, movimentos e associações.
A ideia de partir, em definitivo, rumo a um país distante para ali anunciar o Evangelho parece, hoje em dia, uma ideia muito longínqua. A verdade é que, com a possibilidade de projectos com menor duração (de 1/3 meses a 2 anos), muitos são os que sentem que é possível conciliar projectos futuros para a sua realização pessoal com a experiência missionária.
Esta nova realidade levará, como qualquer outra na Igreja, algum tempo até ser completamente assimilada, seja pelos que se sentem desafiados a partir, seja pelos que têm o papel de lançar o desafio. A realidade portuguesa, relativamente ao voluntariado missionário, está longe de ser a mesma e, de facto, há dioceses em que este dinamismo ainda não se faz sentir - apesar de, objectivamente, não exigir o "sacrifício" de pessoal que havia na perspectiva clássica de Missão "ad gentes".
Quanto à Vida Consagrada, são cada vez mais os Institutos que valorizam o "laicado missionário" como forma de partilhar o seu carisma em projectos específicos de voluntariado missionário. Também neste caso, há necessidade de algum tempo para a adaptação de propostas que eram, até hoje, de e para missionários religiosos.
A dinâmica que o laicado ou voluntariado missionário tem gerado em toda a Igreja, com consequências visíveis no nosso país, tem servido para aumentar a consciência de que a Missão não pode nem deve ser levada a cabo apenas no sentido das velhas cristandades, promovendo, antes, uma circulação, cada vez maior, entre todas as Igrejas locais em solidária partilha de animação missionária.
Ecclesia – Julho 2012




Junho  2012


Os cristãos europeus devem redescobrir a sua identidade
Para que os cristãos da Europa 
redescubram a própria identidade e participem com entusiasmo no  
anúncio do Evangelho.



Maio  2012

Para que Maria, Rainha do mundo e Estrela da Evangelização, acompanhe todos os missionários no anúncio de seu Filho Jesus. 



Intenção Missionária deste mês, especialmente consagrado a Nossa Senhora, convida-nos a meditar sobre o papel de Maria na redenção, que foi um papel absolutamente único, já que a Mãe do Redentor tem um lugar bem determinado na História da salvação. Maria tornou-se não só a «Mãe-progenitora do Filho do Homem, mas também acooperadora generosa, de modo absolutamente singular» (Concílio Vaticano II, Constituição sobre a Igreja Lumen gentium 61).


Ainda que Maria não tenha sido um dos apóstolos que Jesus enviou até às extremidades da terra, a ensinar todas as nações, colaborou sempre com Cristo e os apóstolos na evangelização. Foi ela que acompanhou o grupo que aguardava e preparava a descida do Espírito Santo, que vinha trazer o último impulso a uma Igreja missionária, e durante toda a sua vida na terra certamente acompanhou a evangelização dos apóstolos com a sua oração. Afirma Paulo VI, na Exortação apostólica Evangelii nuntiandi: «Na manhã de Pentecostes ela presidiu com a sua oração ao começo da evangelização, sob o influxo do Espírito Santo», formulando o desejo de que «seja ela a Estrela da evangelização [...] que a Igreja [...] deve promover e realizar» (n. 82). 



E «depois de elevada ao Céu, Maria não abandonou esta missão salvadora, mas com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna» (LG 62).



Rezemos este mês para que todos os missionários sintam a presença compassiva e amorosa de Maria, que os guie e fortaleça. Assim como Maria trouxe Jesus ao mundo há dois mil anos, que também ela, «Estrela da evangelização», acompanhe e assista, também hoje, os missionários, a fim de que Jesus nasça nos corações dos homens e mulheres do nosso mundo. Ela, a quem alguém chamou o «Evangelho vivido», ensine a todos como viver o Evangelho na vida do dia-a-dia.







ABRIL  2012


Para que Cristo ressuscitado seja digno de esperança certa para homens e mulheres do Continente africano

Comentário à Intenção Missionária para o mês de  Abril 


RESSURREIÇÃO, SINAL DE ESPERANÇA PARA ÁFRICA





Este nosso comentário à Intenção Missionária deste mês, vamos limitar-nos a transcrever algumas passagens mais significativas da Homilia feita pelo Papa Bento XVI noEncerramento da Segunda Assembleia Especial para África do Sínodo dos Bispos (25 de Outubro de 2009), que constitui, fundamentalmente, uma exortação à esperança, a esperança da Ressurreição, no meio dos problemas de toda a ordem que assolam aquele continente.
«… também a Igreja que está em África, através dos seus pastores (…) acolheu a mensagem de esperança e a luz para avançar pelo caminho que leva ao Reino de Deus (…). Sim, a fé em Cristo, quando se entende bem e se pratica, guia os homens e os povos para a liberdade na verdade ou, para usar as palavras do tema sinodal, à reconciliação, à justiça e à paz».
«Levanta-te, Igreja em África, família de Deus, porque te chama o Pai celestial, a quem os teus antepassados invocavam como Criador, antes de conhecer a sua proximidade misericordiosa que se revelou no seu Filho Unigénito, Jesus Cristo. Empreende o caminho de uma nova evangelização, com a valentia que procede do Espírito Santo. A urgente acção evangelizadora (…) inclui um premente chamamento à reconciliação, condição indispensável para instaurar em África condições de justiça entre os homens e para construir uma paz duradoura, no respeito de cada indivíduo e de cada povo».
«Ânimo! Levanta-te, continente africano, terra que acolheu o Salvador do mundo, quando, criança, teve que refugiar-se com José e Maria, para salvar a sua vida da perseguição do rei Herodes. Acolhe com renovado entusiasmo o anúncio do Evangelho, para que o rosto de Cristo ilumine com o seu esplendor as numerosas culturas e línguas das tuas populações».



MARÇO 2012

"Para que o Espírito Santo conceda perseverança às pessoas que, especialmente na Ásia, são discriminadas, perseguidas e condenadas à morte por causa do nome de Cristo"

Comentário à Intenção Missionária para o mês de Março


Segundo um relatório elaborado em 2010 pela Fundação Pontifícia "Ajuda à Igreja que Sofre", a perseguição religiosa dos católicos ocorre na China, Índia, Mindanau (Filipinas) e na Indonésia, para citar apenas alguns exemplos de países asiáticos. Na Coreia do Norte, ser "descoberto" enquanto se participa numa missa celebrada fora do único templo autorizado a celebrar culto, pode resultar em pena de detenção e, na pior das hipóteses, em tortura e pena capital. Não é errado quando se diz que a perseguição é o cadinho em que os verdadeiros cristãos são forjados. Quando em boa parte do Ocidente e em países tradicionalmente cristãos muitos fiéis vivem uma fé sem problemas e marcada pela fraqueza que prevalece no ambiente, os cristãos perseguidos brilham como astros na noite. Necessariamente eles tiveram que fazer uma opção radical por Cristo, vivendo concretamente o Evangelho, com todas as suas exigências. Muitos deles foram presos, perderam o emprego, foram-lhes injustamente negados o acesso à educação, e às vezes, sofreram violência física ou a morte. A sua fé não é uma fé sociológica ou habitual, mas trata-se de uma fé profunda, comprometida e perseverante até mesmo nas adversidades.
Estes nossos irmãos são para nós um convite a deixar o nosso conforto. Os seus sofrimentos pela fé levam-nos a perguntar: o que é que eu arrisquei por Jesus Cristo? O que estou disposto a sofrer por Ele? São perguntas que nos questionam, que nos obrigam a fazer um exame de consciência sobre o nosso seguir a Cristo. Não raramente nos fazem envergonhar pela nossa falta de generosidade e pelas nossas lamentações constantes nas pequenas dificuldades que experimentamos.
Na sua "Carta aos Bispos, presbíteros, pessoas consagradas e fiéis leigos da Igreja Católica na China", de 27 de maio de 2007, o Santo Padre Bento XVI recorda que "muitos membros do episcopado chinês, que nas últimas décadas guiaram a Igreja, ofereceram e continuam oferecendo às suas comunidades e à Igreja universal um testemunho brilhante. Não é possível, de facto, esquecer que muitos deles sofreram perseguição e foram impedidos de exercer o seu ministério, e alguns deles fizeram frutificar a Igreja com o derramamento do seu sangue" (cfr. nº 8).
Quando alguns católicos, que vivem em países onde gozam da liberdade religiosa, visitaram os lugares em que os nossos irmãos sofreram perseguições, perguntaram-lhes: "o que podemos fazer por vós?", a resposta foi invariavelmente: "rezem por nós".
O mínimo que podemos oferecer aos nossos irmãos perseguidos por causa da fé é a nossa oração por eles, para que o Espírito Santo os fortaleça com a poder que nasce da fraqueza da Cruz de Cristo, o amor que venceu o pecado e o mundo. Possuem um profundo sentido a este respeito as palavras de Jesus: "O servo não é maior que seu mestre. Se me perseguiram, também vós sereis perseguidos" (Jo 15, 20).

Neste mês, pedimos a Deus para apoiar os perseguidos por causa da justiça. Jesus, antes de enviar os seus apóstolos em missão, instruiu-os no espírito das Bem-aventuranças: pobreza, mansidão, aceitação dos sofrimentos e perseguições, desejo de justiça e paz. Vivendo as Bem-aventuranças e o perdão aos inimigos, os cristãos perseguidos testemunham que o Reino de Deus já está presente. (Agência Fides 28/02/2012)


Fevereiro 2012


"Para que o Senhor apóie os esforços dos profissionais de saúde nas regiões mais pobres na assistência aos doentes e idosos".


"Eu estava doente e me visitaste" (Mt 25, 36). Estas palavras do Senhor levaram os fiéis a terem uma sensibilidade particular para com aqueles que sofrem por causa de doenças ou velhice, reconhecendo neles a presença viva de Cristo. Se nos países pobres, a vida é difícil para todos, é muito mais para aqueles que sofrem a dor física ou o abandono na velhice.

Provavelmente ainda mais dolorosa do que a dor física é a dor moral por causa do abandono que vivem muitos de nossos irmãos. Quem nunca se sentiu tocado em seu coração vendo em algumas reportagens sobre o trabalho missionário, as religiosas recolherem seres humanos que dormem pelas ruas e são devorados pela miséria? Não são eles e muitos outros como eles, um testemunho vivo de Cristo, o Bom Samaritano?

Corremos o perigo de ser contagiados pelo individualismo egoísta que prevalece em toda a nossa sociedade. Cada um tende a pensar só em si mesmo, alegando que o sofrimento dos outros não é seu problema. Segundo Bento XVI, a grandeza da humanidade determina-se essencialmente na relação com o sofrimento e o sofredor, e "isso vale para cada pessoa e para a sociedade. Uma sociedade que não consegue aceitar os que sofrem e não é capaz de contribuir, mediante a com-paixão, para fazer com que o sofrimento seja compartilhado e assumido mesmo interiormente é uma sociedade cruel e desumana" (Spe salvi, 38).

De alguma forma, as pessoas que se dedicam à tarefa bonita e difícil de cuidar dos doentes e idosos são uma espécie de encarnação de Cristo misericordioso e compassivo. Elas estendem no mundo Sua ternura para com os sofredores. Em muitas passagens dos Evangelhos, vemos que o Senhor teve profundamente compaixão diante da dor dos outros, do sofrimento físico ou mental. Mas, mais ainda, Cristo tomou sobre seus ombros a dor e as feridas físicas e morais do ser humano, de cada ser humano, e as levou com Ele na cruz. Como afirma São Pedro: "Pelas suas chagas fostes curados" (1Pd 2, 24). Deus manifesta sua grandeza porque se inclina até tomar sobre si a dor e o sofrimento dos homens. Nas palavras do Papa: "Somente um Deus que nos ama até tomar sobre si as nossas feridas e a nossa dor, sobretudo a inocente, é digno de fé" (Mensagem Urbi et Orbi, Páscoa de 2007).

Aqueles que sabem carregar sobre seus ombros a dor dos doentes e dos abandonados, se tornam presença viva de Cristo, testemunhas de seu amor pelos homens. E junto com o testemunho do serviço da caridade, os missionários devem desempenhar um serviço ainda maior: ajudar os que sofrem a encontrar o significado e o porque de sua dor. O Papa disse aos jovens que vivem a experiência da doença: "muitas vezes a Cruz nos assusta, pois parece ser a negação da vida. Na verdade, é o contrário! Ela é o 'sim' de Deus ao homem, a expressão máxima de seu amor e a fonte da qual brota a vida eterna. Na verdade, do coração aberto de Jesus na cruz flui esta vida divina, sempre disponível para aquele que aceita elevar os olhos para o Crucificado" (Mensagem para a Jornada Mundial da Juventude 2011, nº 3).

Maria é a Mãe do Crucificado, que estava com esperança e força na fé, aos pés da cruz do Filho. Ela está sempre ao lado da cruz e da dor de todos os seus filhos, exercendo a nova missão materna recebida no Calvário. Como Mãe da Esperança nos ensina a transformar a dor em alegria sem fim, a partir do momento em que os sofrimentos do tempo presente não são nada comparados com a glória que um dia será revelada.
Agência Fides - 30/01/2012


Janeiro 2012
"Para que o compromisso dos cristãos em favor da paz seja ocasião para testemunhar o nome de Cristo a todos os homens de boa vontade" 


Dezembro 2011

Para que Cristo se revele a toda a humanidade com a luz que emana de Belém e que se reflete sobre o rosto de sua Igreja.
 




Novembro 2011

O Papa pede para que o continente africano encontre em Cristo a força de realizar o caminho de reconciliação e justiça indicado pelo segundo Sínodo dos Bispos da África.

O Santo Padre visitará a República do Benin, na África, entre os dias 18 e 20 de novembro deste ano. A visita  realiza-se a convite do presidente do Benin, Boni Yayi, e da Conferência Episcopal beninense.

Outubro 2011

"Para que a celebração do Dia Mundial das Missões aumente no Povo de Deus a paixão pela evangelização e sustente a atividade missionária através da oração e ajuda econômica às Igrejas mais pobres"

Todos os anos  a Igreja celebra o Dia Mundial das Missões. É um dia destinado a reviver em todos os fiéis, até mesmo nos pastores, a consciência que a Igreja é missionária por sua essência, por sua natureza, por vontade de Cristo. A evangelização não é uma tarefa imposta de fora, mas surge do próprio ser da Igreja. Não é possível ser autenticamente cristão e não ser missionários, não tendo zelo apostólico, o desejo de proclamar o amor de Jesus Cristo aos homens. Podemos afirmar inequivocamente que o zelo missionário de uma comunidade ou uma Igreja local, deve ser um sinal de sua vitalidade espiritual. Ao mesmo tempo, a evangelização é a melhor maneira de fortalecer a fé. Como indicado pelo Beato João Paulo II, a fé se fortalece, dando-a (cf. RM, 2).
O tema do Dia Mundial das Missões deste ano, domingo, 23 de outubro, 2011, é: "Como o Pai me enviou, também eu vos envio" (Jo 20, 21). A dimensão missionária da Igreja é a extensão de um envio de Cristo por parte do Pai. A Igreja, como seu corpo místico, prolonga a encarnação de Cristo, sua presença física entre os homens. Todo cristão se torna, através do Batismo, a boca de Cristo a anunciar o seu reino entre os homens.
O Papa nos lembra que na liturgia da Igreja, especialmente na Missa, se atualiza o envio dos batizados para a evangelização do mundo. Como os discípulos de Emaús, todos os fiéis que tiveram um verdadeiro encontro com Cristo, se sentem impelidos de anunciá-lo imediatamente a todos os homens. A proximidade do Senhor, que permaneceu para compartilhar com eles o pão, faz com que os dois discípulos que caminhavam desiludidos se tornem apóstolos que sentem a necessidade urgente de anunciar a todos que Jesus Cristo está vivo. A autêntica participação na liturgia dá sempre frutos num espírito missionário.
Bento XVI afirma em sua mensagem para o Dia Mundial das Missões 2011, que "os destinatários do Evangelho são todas os povos" e reitera que a missão
 confiada por Cristo à sua Igreja ainda está muito longe de ser concluída. "Nós não podemos permanecer tranquilos pensando que, após dois mil anos, ainda existem povos que não conhecem Cristo e ainda não ouviram sua mensagem de salvação. Não só; mas se expande as fileiras daqueles que, apesar de terem recebido o anúncio o Evangelho, o esqueceram e abandonaram, não se reconhecem na Igreja; e muitos ambientes, mesmo em sociedades tradicionalmente cristãs, são hoje resistentes a abrirem-se à palavra da fé. Está em andamento uma mudança cultural, também alimentada pela globalização, movimentos de pensamento do imperante relativismo, uma mudança que leva uma mentalidade e estilo de vida que não fazem conta da mensagem do Evangelho, como se Deus não existisse, e que exaltam a busca do bem-estar, do dinheiro fácil, da carreira e do sucesso como propósito de vida, mesmo à custa de valores morais "(Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2011).
Esta situação exige uma renovada paixão pela evangelização em todos os fiéis. Todo batizado deve sentir esta missão como sua, e apoiar com a oração e ajuda financeira, o serviço de nossos missionários para dar a conhecer aos homens o amor salvífico de Deus, especialmente nas Igrejas mais pobres e carentes de recursos financeiros. A intercessão de Maria, Estrela da Evangelização, leve a bom termo o desejo do Santo Padre: "O Dia Mundial das Missões reacenda em cada um o desejo e a alegria de 'ir' ao encontro da humanidade, levando a todos, Cristo". (ib) (Agência Fides 30/09/2011)

Setembro 2011

"Para que as comunidades espalhadas pelo continente proclamem o Evangelho com fervor, testemunhando a beleza com a alegria da fé"

Comentário da Intenção Missionária indicada pelo Papa para o mês de setembro de 2011, aos cuidados da Agência Fides (Roma)
O povo asiático é um povo por natureza religioso. Sobre o solo do continente criaram raízes desde os tempos antigos, tradições milenárias que recolhem aspectos da sabedoria religiosa de todos os tempos. Paradoxalmente, no continente onde começou a história da salvação, a pessoa de Cristo permanece completamente desconhecida em muitos ambientes. Não podemos esquecer que no continente asiático vivem dois terços dos habitantes da terra. Somente China e Índia abrigam quase metade da população do mundo.·.
Embora a Igreja olhe com muito respeito às outras tradições religiosas do continente, a Esposa de Cristo sabe que deve oferecer a todos os homens o dom inestimável de Cristo, que recebeu como um presente do Pai para a salvação de todos. É necessário que o nome de Cristo seja proclamado como o único nome que pode nos salvar. Junto com a boa nova do Evangelho, o testemunho de vida dos cristãos foi e será sempre a principal causa de conversão à fé.
Existem dois aspectos particulares que o Santo Padre evidencia na intenção missionária para este mês: a alegria da fé e a beleza. Ambas se referem a duas aspirações profundas do coração humano. Todo homem quer ser feliz, e no meio de dificuldades da vida cotidiana e sofrimentos que cada um deve enfrentar a amizade com Cristo, vivida na fé traz uma alegria profunda que supera a alegria limitada desta terra. Em segundo lugar, a beleza. Tornou-se famosa a frase de Dostoiévski: "A beleza salvará o mundo". Nada é mais bonito que o amor, que se manifestou a nós em Cristo crucificado, e desse amordão um testemunho muitos missionários que dedicaram suas vidas a serviço dos pobres.
Há poucos dias, o Santo Padre Bento XVI disse a uma multidão entusiasmada de jovens, reunidos em Madri para a Jornada Mundial da Juventude: "Se permanecerdes no amor de Cristo, arraigados na fé, encontrareis, mesmo no meio de contrariedades e sofrimentos, a fonte de alegria e da felicidade. A fé não se opõe aos vossos mais altos ideais, ao contrário, os eleva e os aperfeiçoa. "Queridos jovens, não vos conformeis com algo que é menos da Verdade e do Amor, não vos conformeis com alguém que seja menos de Cristo". (Vigília de Oração, 20/08/2011). Este é o alegre anúncio da Igreja, que se deve continuar a oferecer na Ásia.
Na mesma ocasião, o Papa disse: "Justamente agora, quando a cultura relativista dominante renuncia e despreza a busca da verdade, que é a aspiração mais alta do espírito humano, devemos propor com coragem e humildade o valor universal de Cristo como o salvador de todos os homens e fonte de esperança para a nossa vida".
Com a alegria da fé e o testemunho da beleza através do amor continuaremos a fazer nascer em muitos corações o desejo de Deus, de um conhecimento da fé que nos faz feliz, porque nos torna capazes de amar.

Agosto 2011


Para que os cristãos do Ocidente, dóceis à ação do Espírito Santo, reencontrem o vigor e o entusiasmo de sua fé.

Julho 2011


Para as religiosas que atuam em terras de Missão, a fim de que sejam testemunhas da alegria do Evangelho e sinal vivo do amor de Cristo.

Junho 2011



O Decreto Conciliar Ad Gentes afirma que a Igreja peregrina é missionária por sua própria natureza, desde a sua origem na Missão do Filho e do Espírito Santo, segundo o plano do Pai, que é a fonte do amor (cf. AG 2). Criando-nos livremente, Ele nos chamou, sem nenhum interesse, para participar de sua vida divina, buscando ao mesmo tempo a sua glória e a nossa felicidade.


Graças ao mistério pascal de Cristo, espalhou-se por todo o mundo o dom do Espírito Santo. O seu corpo, como o vaso de alabastro, partiu-se em sua paixão para espalhar sobre a Igreja o perfume mais suave do Espírito Santo. Este Espírito, Santificador e Doador da Vida, é a alma da Missão da Igreja. Desde Pentecostes, enche de forças as testemunhas do amor de Cristo no mundo e, ao mesmo tempo, prepara os corações dos que recebem o anúncio, para que possam colher o dom da Palavra da Vida, que foi manifestada em Cristo.É ainda o Espírito que inspira no coração humano o desejo de aderir a Cristo, de partilhar a sua Missão, de ser enviados ao mundo para pregar a Boa-Nova. A Igreja não é um empreendimento humano, que deve o seu sucesso à capacidade de organização daqueles que a governam. É uma obra completamente divina, por meio da qual, apesar das limitações dos homens que a compõem, Deus realiza a sua obra de santificação. É verdade, porém, que algumas dificuldades no seio da Igreja são um obstáculo para a vitalidade missionária.O Bem-Aventurado Papa João Paulo II observava com tristeza que às vezes se sente a falta de fervor entre os fiéis e os ministros, que se manifesta no cansaço e na desilusão, no compromisso com o meio ambiente e no desinteresse, e, acima de tudo, na falta de alegria e esperança (cf. RM 36). Ele citava também como um dos motivos mais graves a falta de zelo missionário, uma mentalidade de indiferença muito difundida, infelizmente, até mesmo entre os cristãos. Essa mentalidade está enraizada em posições teológicas não corretas, e marcadas por um relativismo religioso que leva a pensar que uma religião é igual a outra.Diante desta situação, precisamos da oração fervorosa da Igreja. As vocações missionárias, como qualquer outra vocação, são dom gratuito de Deus. É necessário pedir ao Senhor da Messe que envie operários para a sua Messe. É necessário criar um clima de abertura ao Espírito Santo que dá um novo dinamismo à Igreja, na base do amor universal de Deus para todos os homens. Temos de voltar a nos unir em oração com Maria, como os Apóstolos em Pentecostes, para aprender com Ela a doçura do Espírito Santo.Muitos jovens têm medo diante do chamado de Deus, diante de uma ideia do seguimento de Cristo entendido como perda de si e das coisas. O homem moderno busca Deus, por um lado, e, de outro, fica assustado com as exigências do amor verdadeiro, o único que permite encontrar e desfrutar de Deus. Precisamos fazer entender aos nossos irmãos, especialmente com nossas vidas, que o fogo Deus não destrói, mas cria vida.Bento XVI disse em sua homilia no Dia de Pentecostes do ano passado: “Temos de reconhecer que perder algo, aliás, a si mesmo, por causa do verdadeiro Deus e por causa da vida, é na realidade um ganho, é encontrar-se mais plenamente. Quem confia em Jesus experimenta nesta vida a paz e alegria do coração, que o mundo não pode dar, e não pode nem mesmo tirar, uma vez que Deus a doou a nós. Vale a pena deixar-se ser tocado pelo fogo do Espírito Santo! A dor que nos traz é necessária para a nossa transformação” (Homilia, 23/5/2010).
Peçamos a graça de não ter medo de ser tocados pelo fogo. Rezemos para que muitos jovens sejam tocados pelo fogo de Deus, para que, por meio de suas vidas dedicadas à Igreja, se renove a face da terra com o amor de Cristo, vivo em seus missionários.

Maio 2011

Para que o Senhor doe à Igreja na China o dom de perseverar na fidelidade ao Evangelho e de crescer na unidade.


O número dos católicos na China, segundo estimativas atuais, é de pouco mais de um por cento da população. Visto que se trata do país mais populoso do mundo, e mesmo que esta percentagem seja pequena, o número de católicos é, todavia, significativo. Segundo dados históricos à nossa disposição, o anúncio do Evangelho da Salvação chegou relativamente cedo na China. Já nos séculos 5 e 6, alguns grupos de monges provenientes da Síria, atravessando a Ásia central, levaram àquelas terras o nome de Jesus. Ainda hoje, existe na antiga capital, Chang'an, um monumento que lembra aquele momento histórico, a partir do ano 635, que marcou oficialmente a chegada na China da “Região Luminosa”.

No discurso proferido pelo Santo Padre Bento XVI em 8 de novembro de 2008 ao novo Embaixador da República da China junto à Santa Sé, o Papa afirmou: “É parte da Missão da Igreja partilhar o seu ser “especialista em humanidade” com todas as pessoas de boa vontade, para contribuir com o bem-estar da família humana.” Embora reconhecendo que as populações da Ásia têm um inato intuito espiritual” e uma “sabedoria moral” que facilita o diálogo inter-religioso, o Papa não deixa de sublinhar que “a Igreja na China também é chamada a ser testemunha de Cristo, a olhar adiante com esperança e a confrontar-se – no anúncio do Evangelho – com os novos desafios que o povo chinês deve enfrentar” (Bento XVI, Carta aos Bispos, aos Presbíteros, às Pessoas Consagradas e aos Leigos da Igreja Católica na República Popular da China, 5/5/2007, n° 3).Em proximidade do Grande Jubileu do Ano 2000, o Bem-Aventurado Papa João Paulo II exortou os fiéis católicos na China a inspirar suas vidas na Boa-Nova; desta forma, “a autêntica realização do Evangelho em suas vidas será um luminoso testemunho de Cristo em seus ambientes. Vocês todos, irmãos e irmãs, portanto, são chamados a anunciar o Evangelho da Salvação ao Povo chinês de hoje com novo vigor” (Mensagem de João Paulo II aos Católicos na China, 8/12/1999, n° 5).Nota-se a difícil situação da Igreja na China, que por muito tempo teve de desempenhar a sua Missão em meio a perseguições. Pedimos a Deus para ela o dom da fidelidade, zelando ao mesmo tempo para que utilize todos os meios úteis para conservar o Evangelho de Cristo, sem cortes. Devemos aumentar nossas orações para que a Igreja na China encontre a sua unidade espiritual na figura de Pedro, sobre a qual Cristo decidiu construir a sua única Igreja. Papa Bento XVI recordou que “quando concede o mandato apostólico para a ordenação de um bispo, o Papa exerce a sua suprema autoridade espiritual: autoridade e intervenção, que permanecem no âmbito estritamente religioso. Assim, não se trata de uma autoridade política, que se intromete indevidamente nos assuntos internos de um Estado, lesando a sua soberania” (Bento XVI, Carta aos Bispos, aos Presbíteros, às Pessoas Consagradas e aos Leigos da Igreja Católica na República Popular da China, 5/5/2007, n° 9).A atitude de perdão e reconciliação facilitará a desejada unidade da Igreja na China. É necessário grandeza do coração, ter um coração realmente católico, para criar um clima de comunhão, de compreensão e de perdão que facilite a unidade. O Papa está convencido de que, assim como “o Espírito de Cristo ajudou as comunidades a manter viva a fé em tempos de perseguição, ajudará hoje todos os católicos a crescer na unidade” (ib. n°12).Maria, depois da ressurreição de seu Filho, reuniu na oração a Igreja nascente à espera da chegada do Espírito. Nós também rezamos unidos a Ela, para que o Espírito Santo conceda unidade e fidelidade à Igreja de Deus na China.

Abril 2011

Para que com a proclamação do Evangelho e o testemunho de vida, os missionários saibam levar Cristo àqueles que ainda não o conhecem.




Comentário da Intenção Missionária indicada pelo Papa para o mês de Abril de 2011, 
aos cuidados da Agência Fides (Roma)

Na homilia de 9 de março, Quarta-Feira de Cinzas, o Papa Bento XVI destacou a necessidade de que os cristãos sejam uma mensagem viva por meio de seu testemunho evangélico. Muitos homens hoje não têm outro contato com o Eva
ngelho, senão o que lhes chega através da vida e da palavra dos fiéis em Cristo. Assim, São Paulo escrevia aos cristãos: eles são uma carta de Cristo, escrita com o Espírito do Deus que vive (cf.2Cor 3,3).


Anos atrás, podia-se falar de um bom número de países caracterizados pela fé em Cristo, e a Missão era dirigida principalmente aos países que ainda não haviam recebido a mensagem do Evangelho. Hoje, é comum encontrar todo dia na sociedade ocidental pessoas que ainda não ouviram falar de Cristo. Assim sendo, impõe-se nova consciência da dimensão missionária de toda a Igreja, de todos os batizados. Esta atividade missionária deve ser feita não apenas com as palavras, mas também com o testemunho. Neste sentido, João Paulo II afirmava: “O homem contemporâneo acredita mais nas testemunhas que nos mestres, mais na experiência que na doutrina, mais na vida e nos fatos que nas teorias. O testemunho da vida cristã é a primeira e mais insubstituível forma de Missão: Cristo, cuja Missão nós continuamos, é o “testemunho” por excelência (Ap 1,5); (Ap 3,14), é o modelo do testemunho cristão. O Espírito Santo acompanha o caminho da Igreja, e associa-o ao testemunho que ela oferece de Cristo. (Jo 15,26). A primeira forma de testemunho é a própria vida do missionário da família cristã e da comunidade eclesial, que torna visível um novo modo de se comportar. O missionário que, mesmo com todos os limites e defeitos humanos, vive com simplicidade segundo o modelo de Cristo, é um sinal de Deus e das realidades transcendentes. Mas todos na Igreja, esforçando-se para imitar o Divino Mestre, podem e devem dar este testemunho, que, em muitos casos, é o único modo possível de ser missionários” (Redemptoris Missio, 42).

Em síntese, os anunciadores de Cristo devem estar convencidos de seu Evangelho e tentar vivê-lo. “Nem todo o que me diz ‘Senhor, Senhor!’ entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7,21). Não bastam as palavras, é necessária a vida, o testemunho.

A história demonstra que onde existem testemunhos autênticos, a fé é suscitada. Testemunhos como os da Bem-Aventurada Teresa de Calcutá ou de João Paulo II suscitaram uma corrente de frescor evangélico por onde passaram. Mas não se pode testemunhar Cristo, se não formos realmente unidos a Ele. “Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim” (Jo 15,4).

A próxima beatificação de João Paulo II será também um modo de colocar diante dos olhos de toda a Igreja o modelo de um homem realmente entregue a Cristo, que soube fazer da Eucaristia o centro de sua vida; que, especialmente nos últimos anos, viveu abraçado amorosamente à cruz de seu Senhor.
Na homilia de seus funerais, o então Cardeal Ratzinger recordou: “Levantem-se, vamos!”, que é o titulo de seu penúltimo livro. Com aquelas palavras, ele nos despertou de uma fé cansada, do sono dos discípulos de ontem e de hoje. “Levantem-se, vamos!” diz-nos ainda hoje. O Santo Padre foi também um sacerdote até o fim, porque ofereceu sua vida a Deus por seu rebanho e por toda a família humana, em uma doação cotidiana a serviço da Igreja e, sobretudo, nas difíceis provações dos últimos meses. Assim, tornou-se uma só coisa com Cristo, o bom pastor que ama seu rebanho. (Card. Joseph Ratzinger, homilia de 8 de abril de 2005). O seu testemunho suscitou a fé em muitos. Tentemos ser missionários como Ele!


Março 2011

Para que o Espírito Santo dê luz e força às comunidades cristãs e aos fiéis perseguidos ou discriminados por causa do Evangelho em tantas regiões do mundo.


Comentário da Intenção Missionária indicada pelo Papa para o mês de março de 2011,
aos cuidados da Agência Fides (Roma)

A perseguição é algo inerente à Igreja desde a sua fundação. Pode-se dizer que faz parte de sua essência. A partir do momento que o Senhor disse: “Se me perseguiram, também perseguirão a vocês” (Jo 15,20), cada verdadeiro cristão e cada comunidade cristã deve saber que estará sujeito à perseguição. O Santo Padre Bento XVI reafirmou este conceito, quando disse: “A Igreja se põe no mesmo caminho e sofre o mesmo destino de Cristo, porque não age segundo uma lógica humana ou contando com as razões da força, mas seguindo o caminho da Cruz, tornando-se, em obediência filial ao Pai, testemunha e companheira de viagem desta humanidade” (Mensagem para o Dia Mundial das Missões de 2009, nº 4).

Santo Agostinho disse: “A luz, que é amada pelos olhos saudáveis, é odiosa para os doentes. Quando a Igreja vive fielmente a mensagem de Cristo, torna-se verdadeiramente luz do mundo”, e, por isso, provoca desconforto aos olhos doentes. Quando a Igreja anuncia o Evangelho na sua totalidade, torna-se “sal da terra”, que queima as feridas. Não podemos ignorar que cada um de nós deve também colocar a sua vida na luz do Evangelho e suportar a queimadura do sal, uma vez que vivemos num espírito constante de conversão, deixando de lado as incoerências que muitas vezes acompanham as nossas vidas. Caso contrário, seremos somente sal que não tem sabor e que serve apenas para ser jogado na estrada, para ser pisado por aqueles que passam. A perseguição esteve presente na vida de Jesus e da Igreja primitiva.

Na época em que foi escrito o livro do Apocalipse, a Igreja viveu um momento de perseguição, tribulação e confusão (cf. Ap 1, 9). No entanto, na visão do Apóstolo São João foi proclamada uma palavra de esperança: “Não temas, eu sou o Primeiro e o Ultimo, o Vivente. Estive morto, mas agora vivo para sempre, e tenho as chaves da morte e do Hades” (Ap 1,17-18). Junto com a constante presença de Cristo, que venceu o sofrimento e a morte por meio de sua ressurreição, a Igreja encontra a força de perseverar, mesmo em meio à perseguição, graças ao dom precioso do Espírito Santo: “Recebereis a força do Espírito Santo e sereis minhas testemunhas” (cf. At 1,8). O Espírito ajuda com o dom da força aqueles que devem dar provas de sua fé em Cristo entre as oposições, e ajuda os fiéis a fim de que possam alcançar o supremo testemunho do martírio, se necessário.

Que este Espírito, que é luz e força divina, ajude os nossos irmãos e irmãs que são perseguidos. Que esse mesmo espírito anime a nossa oração, para que seja autêntica, apaixonada e comprometida. As formas de perseguição são diferentes em diferentes partes do mundo. Em alguns países se recorre ao uso da violência física, coerção e ameaça. Nas culturas ocidentais de hoje se usa desacreditar, insultar e tornar ridículo tudo o que é cristão. Que o Espírito Santo torne os católicos testemunhas autênticas de Cristo, coerentes com o Evangelho, homens que não se encaixam neste mundo (cf. Rm 12,2). Somente aqueles que estão dispostos a sofrer pela confissão do nome de Cristo, podem ser verdadeiramente seus discípulos. Rezemos este mês pelos nossos irmãos perseguidos e para que a nossa oração seja sincera. Devemos nos sentir prontos a partilhar alguns de seus sofrimentos pela confissão do Senhor crucificado e ressuscitado.


Fevereiro 2011
Para que nos territórios de Missão, onde a luta contra as doenças é mais urgente, as comunidades cristãs saibam testemunhar a presença de Cristo ao lado dos que sofrem.


Comentário da Intenção Missionária indicada pelo Papa para o mês de fevereiro de 2011,

aos cuidados da Agência Fides (Roma)

Durante sua vida terrena, Jesus sempre esteve próximo do sofrimento humano. A experiência da cura dos doentes ocupou boa parte de sua missão pública. A Ele levavam os doentes, aleijados, cegos e leprosos. Uma cadeia de dor vivida muitas vezes na exclusão social e considerada como resultado do pecado pessoal ou de seus pais (cf. Jo 9,2). Santo Agostinho amava chamar Jesus de “o humilde médico”. Ele passou pelo mundo fazendo o bem e curando as doenças. Bento XVI disse: “Apesar de a doença fazer parte da experiência humana, não conseguimos nos acostumar a ela; não só porque às vezes é realmente pesada e grave, mas essencialmente porque somos criados para a vida, para a vida completa. Justamente o nosso instinto interior faz-nos pensar em Deus como plenitude de vida, aliás, como Vida eterna e perfeita (Ângelus de 8/2/2009).


Às vezes a dor e impotência causadas pela doença podem colocar à prova a fé. Os fiéis têm o dever de ajudar seus irmãos a encontrar o significado do sofrimento na cruz de Jesus Cristo e continuar a rezar para pedir a Deus a graça de “saber sofrer”. Precisamos ser para eles a proximidade de Deus na dor.



Diante da pergunta colocada pela doença, Deus respondeu em Cristo Jesus: “Deus – que nos revelou seu rosto – é o Deus da vida que nos liberta de todo mal. Os sinais de sua força de amor são as curas que realiza, demonstrando assim que o Reino de Deus está próximo, restituindo aos homens e mulheres sua integridade de espírito e corpo” (Bento XVI, ibid.). Mas essas curas físicas não têm um fim em si mesmo. São sinais que falam da necessidade de uma cura mais profunda. A doença mais grave que afeta os seres humanos de todos os tempos é a ausência de Deus, fonte da verdade e do amor.



Em Cristo Deus se tornou Bom Samaritano para nós. Por meio da encarnação tornou-se o “nosso próximo”, ele nos pegou sobre seus ombros de Bom Pastor e nos trouxe para a estalagem, que é símbolo da Igreja. Ele curou as nossas feridas com o óleo dos sacramentos, para recuperar a nossa saúde. Falando do sentido pleno do ministério de Cristo, o Papa afirma que “só a reconciliação com Deus pode nos dar a verdadeira cura, a verdadeira vida, porque uma vida sem Amor, sem verdade, não seria vida. O Reino de Deus é precisamente a presença de verdade e do amor, e assim é cura no profundo de nosso ser. Entende-se, portanto, porque a sua pregação e as curas que faz estejam sempre unidas: formam uma única mensagem de esperança e salvação” (Bento XVI, ibid.).


O ministério de Cristo continua na Igreja. Ela continua a curar o ser humano com a graça dos sacramentos, enquanto, envolvida em milhares de atividades beneficentes, atenua o dor daqueles que sofrem, sendo para eles a presença amorosa de Deus Rezemos para que muitos cristãos – sacerdotes, religiosos e leigos – que cuidam dos doentes em várias partes do mundo continuem sendo as mãos e o coração de Cristo para seus irmãos nos países de Missão “Todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!” (Mt 25,40).


Janeiro 2011

Para que os cristãos possam alcançar a plena unidade, testemunhando a todo o gênero humano a paternidade universal de Deus.




Comentário da Intenção Missionária indicada pelo Papa para o mês de Janeiro de 2011,


aos cuidados da Agência Fides (Roma) 




O Papa Bento XVI anunciou repetidamente que um dos principais objetivos do seu pontificado é o trabalho ecumênico, continuar a progredir para alcançar a unidade que Cristo deseja: “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,21).



Em 1910, a Conferência teve lugar em Edimburgo, onde se reuniram mais de mil missionários pertencentes a diferentes ramos do protestantismo e anglicanismo, aos quais se uniu um hóspede ortodoxo. Eles queriam aprofundar juntos na necessidade de alcançar a unidade para anunciar de forma crível o Evangelho de Jesus Cristo.



O desejo de anunciar Cristo a outros e levar ao mundo sua mensagem de reconciliação faz experimentar a contradição da divisão entre os cristãos. Como os incrédulos poderão aceitar a proclamação do Evangelho, se os cristãos não estão unidos entre si? A comunhão e a unidade dos discípulos de Cris to é uma condição particularmente importante para a credibilidade e para que o seu testemunho seja eficaz.



A unidade é um dom que devemos implorar ao Pai da Misericórdia. É realmente triste que a divisão que trouxe o pecado continue a estar presente na Igreja de Cristo. É necessário, portanto, juntamente com a oração, um diálogo sincero, a fim de caminhar para a unidade.



O Filho de Deus morreu na cruz para destruir o muro de separação, para unir todas as ovelhas dispersas de Israel. É o poder da cruz que pode recriar a unidade perdida, que pode consertar as lacerações que os homens fizeram na túnica inconsútil de Cristo. Cristo crucificado é a ponte que cruza o abismo que nos separa de Deus, e abre um novo e vivo caminho para o Pai. Nascido de mulher, crucificado por nossos pecados, ressuscitado para nossa justificação, o Filho eterno dá-nos a oportunidade de sermos filhos e herdeiros n’Ele.



Num mundo marcado pela indiferença religiosa e também por uma crescente aversão à fé cristã, precisamos de nova e intensa evangelização, não só entre pessoas que nunca conheceram o Evangelho, mas também onde o Cristianismo foi difundido e faz parte da história. Por esta razão, o Santo Padre Bento XVI, na celebração de Vésperas que concluiu a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos de 2010, disse: “Enquanto nós estamos no caminho rumo à plena comunhão, somos chamados a oferecer um testemunho comum diante dos desafios sempre mais complexos do nosso tempo, como a secularização e a indiferença, o relativismo e o hedonismo, as delicadas questões éticas sobre o início e o fim da vida, os limites da ciência e da tecnologia, o diálogo com outras tradições religiosas. Existem outras áreas em que devemos agora dar um testemunho comum: a proteção da criação, a promoção da defesa do bem comum e da paz, a defesa da centralidade da pessoa humana, o compromisso de superar as misérias do nosso tempo, como a fome, o analfabetismo, a pobreza, a desigualdade na distribuição de bens” (Homilia na Basílica de São Paulo, 25/1/2010).



Somente chegando a ser uma família em Cristo, os cristãos poderão testemunhar a única paternidade de Deus; e, ao mesmo tempo, só onde os homens reconhecem Deus como Pai, pode realmente existir uma verdadeira fraternidade. Não pode haver nenhuma família, se não existe um Pai comum.


A nossa oração deve ser perseverante e confiante, porque se baseia no poder de Cristo. A sua cruz quebre as barreiras que construímos, para que exista um só rebanho e um só pastor (cf. Jo 10,16) e o mundo creia.