sexta-feira, 8 de abril de 2011

África: Igreja católica portuguesa apoia Sul do Sudão

Fundação Evangelização e Culturas financia projeto no território que a 9 de julho se vai tornar no mais novo país do mundo

Lisboa, 07 abr 2011 (Ecclesia) – A Fundação Evangelização e Culturas (FEC) vai apoiar pelo menos um projeto de desenvolvimento no Sudão do Sul, que a 9 de julho se vai tornar no mais recente país do mundo.
Um grupo de trabalho da instituição criada pela Igreja católica portuguesa esteve em março na cidade de Juba, provável capital do novo estado africano, para recolher dados sobre as necessidades locais, revelou à Agência ECCLESIA a diretora executiva da FEC, Susana Réfega, que integrou a delegação.

A visita realizou-se no seguimento de um pedido feito pelo embaixador português António Monteiro, enviado das Nações Unidas para acompanhar o referendo realizado no território em janeiro deste ano, em que a maioria dos votantes optou pela divisão do Sudão e a consequente criação de um novo país.
O diplomata “ficou muito bem impressionado pelo trabalho da Igreja católica, e que de regresso a Portugal perguntou à FEC se poderia apoiar essa ação”, referiu a responsável, que recebeu também um pedido de ajuda por parte do arcebispo de Juba, D. Paulino Lukudu Loro.
O programa da viagem incluiu uma reunião com o prelado, que sublinhou a importância de as dioceses do Sudão do Sul se sentirem integradas na Igreja universal, pelo que o apoio pretende “ser uma demonstração da solidariedade” dos católicos portugueses, afirmou Susana Réfega.
Durante a estadia de dez dias o grupo da FEC ficou alojado na congregação dos Combonianos, onde residem dois missionários portugueses: o padre José Vieira e o irmão António Nunes.
Os contactos prévios com esta comunidade e o trabalho nela realizado pelos religiosos lusos fazem com que as suas iniciativas sejam sérias candidatas ao apoio financeiro da FEC, mas Susana Réfega destaca outros projetos que a marcaram durante a estadia.
Além da educação, onde o “ensino pré-escolar e básico é em grande percentagem assegurado pela Igreja”, e da saúde – os católicos administram um hospital e vários postos médicos – a responsável ficou a conhecer ações de desenvolvimento em meio rural.
A responsável apontou igualmente uma rede de sete rádios nas dioceses do território, que tem vindo a aumentar o número de horas emitidas e o alcance geográfico, assim como o projeto “Solidariedade com o Sudão do Sul”,
Esta iniciativa distingue-se no meio católico por reunir membros de 200 congregações religiosas, cujas equipas conjuntas prestam sustentação financeira e humana no âmbito da educação, saúde e evangelização.

O dia 9 de julho poderá ser o escolhido para anunciar o projeto a apoiar pela FEC, cuja história está ligada à cooperação com países de língua portuguesa, embora o auxílio a outros estados já estivesse estabelecido no plano estratégico aprovado no fim de 2009.
A escolha do país a apoiar não estava definida naquele plano, mas o pedido de António Monteiro e a prioridade dada ao Sudão pela CIDSE, aliança internacional de agências de desenvolvimento católicas, de que a Fundação Evangelização e Culturas faz parte, contribuíram para concretizar a nova aposta da instituição portuguesa.
O Sudão do Sul, cuja maioria dos 8,5 milhões de habitantes é cristã (o Norte é predominantemente muçulmano), vai ocupar uma área seis vezes superior a Portugal continental.

RM
Fonte - Ecclesia-





Acompanharemos estes desenvolvimentos através do nosso amigo - Padre José Vieira, Missionário Comboniano, em missão no Sul do Sudão. A sua entrevista ao secretariado diocesano das Missões, em Agosto último, pode ser lida no separador - ENTREVISTAS -