sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Religiosos querem Igreja «mais próxima da pessoas»


Presidente da Confederação nacional apela à esperança num momento difícil para o país




Os religiosos e religiosas portugueses pretendem contribuir, através de reflexões e acções, na dinâmica do «Repensar a Pastoral da Igreja em Portugal» que mobiliza a Igreja Portuguesa nos próximos anos.
Em declarações à ECCLESIA, o padre Manuel Barbosa, presidente da Confederação dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) realça que a Igreja deve “estar atenta às situações e mais próxima da pessoas”.
De 15 a 17 deste mês, em Fátima, os consagrados estiveram em Assembleia-Geral. Neste encontro da CIRP, os elementos também tiveram em conta os momentos actuais. “É a leitura dos sinais dos tempos ou dos ventos como costumo dizer, os tais ventos do espírito que nos falam”, disse o sacerdote Dehoniano.
A atenção às realidades e problemáticas vigentes devem ser vistas com “um olhar de esperança que nos vem deste habitar de Deus em nós”. A crise acentuada é visível, mas o presidente da CIRP espera que “com os esforço de todos” ela possa ser ultrapassada.
Com diversos carismas e especificidades, as ordens e congregações religiosas reflectiram também sobre a realidade escolar e o campo da saúde. “Sentimos dificuldades acrescidas vindas da parte governamental”, afirmou o Pe. Manuel Barbosa.
Os institutos religiosos “não estão desintegrados” do mundo, mas “acredito que o pior está para vir”. Apesar das dificuldades, as congregações estão disponíveis “para ir ao encontro das pessoas e as servir”, garantiu o presidente da CIRP. E acrescenta: “Temos de ir ao encontro das outras portas”.
Para empresário e presidente da ACEGE, António Pinto Leite, a Igreja tem um “bem escasso: a disponibilidade de 11 mil pessoas consagradas” para o Bem Comum. Os “consagrados devem estar concentrados na pastoral e no amor ao próximo” – apelo o presidente da Associação Cristã de Empresário e Gestores.
Ao referir-se ao trabalho dos religiosos, Pinto Leite deixa um alerta: “era importante colocar na rota dos produtores e criadores de riqueza, o sofrimento humano”.
Segundo este elemento da ACEGE era conveniente que todas as dioceses tivessem um padre “agente da mudança”.
A Igreja também tem os seus canais que devem ser aproveitados. “Os Meios de Comunicação têm um papel fundamental”, frisou.