domingo, 20 de março de 2011

João Paulo II: Bispos portugueses lembram «Papa de Fátima»



Conferência Episcopal publica Nota Pastoral sobre a beatificação de Karol Wojtyla



A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) divulgou uma Nota Pastoral sobre a beatificação de João Paulo II (1920-2005), marcada para 1 de Maio, falando do futuro beato como o “Papa de Fátima”.

“É considerado o Papa de Fátima, que um ano depois do atentado na Praça de S. Pedro, em Roma, a 13 de Maio de 1981, veio à Cova da Iria agradecer à Rainha da Paz o ter providencialmente sobrevivido”, assinalam os bispos, a respeito de Karol Wojtyla, eleito Papa em Outubro de 1978.

Em destaque vai estar a celebração nacional marcada para o dia 13 de Maio, no Santuário de Fátima, tendo a CEP convidado os fiéis a “associarem se à comemoração”.

Após a sua eleição como Papa, João Paulo II esteve no Santuário de Fátima em 1982, 1991 e, pela última vez, em 2000, altura em que beatificou os videntes Francisco e Jacinta Marto. Qualificando a vida do Papa polaco como um “sinal de esperança”, o documento da CEP, em cinco pontos, afirma que esta beatificação é “um chamamento e uma oferta que a Igreja faz a todos os homens e mulheres de boa vontade”.

A nota episcopal explica que “a beatificação de alguém é a celebração agradecida pela vida e testemunho cristãos de um homem ou de uma mulher, proclamando a sua virtude e oficializando o seu culto público”. “Reconhecido o seu alto grau de santidade, isto é, provadas as suas «virtudes heróicas» e confirmadas por um milagre, a pessoa beatificada é proposta à veneração dos crentes como modelo, estímulo e intercessora junto de Deus”, acrescenta o documento.
Segundo a CEP, “ao beatificar João Paulo II, a Igreja está a sublinhar certos traços de uma santidade particular, considerando que não só merece ser conhecida e admirada, como pode ser luz que guia e estimula a prosseguir nos caminhos da conversão ao amor de Deus e do serviço aos homens e mulheres” de hoje.

A Nota Pastoral elenca “grandes traços da personalidade e da missão do Papa João Paulo II”, apresentado como um “homem de intensa vida interior” com uma “invulgar capacidade de comunicação pessoal, tanto diante das multidões, como em particular, atraindo magneticamente tantos jovens, entre os quais muitos que se afirmavam estar distantes da Igreja”.
A este respeito, cita-se um episódio acontecido a 15 de Maio de 1982, em Coimbra, quando o Papa Wojtyla “não hesitou em pôr aos ombros a capa preta que um estudante lhe ofereceu e, no pátio da Universidade, gritou à multidão: «Olá, malta! O Papa conta convosco! Melhor, Cristo conta convosco!» ”.
O futuro beato é ainda visto como um “profeta de audazes intervenções em nome da justiça e da paz”, destacando-se o seu papel “na queda de regimes comunistas totalitários, na promoção dos direitos humanos e na defesa da vida e dos valores morais”.

João Paulo II foi, para os bispos portugueses, um “servidor do amor e ternura pelos mais fracos e do perdão aos inimigos” e uma “testemunha da alegria na saúde e na doença, com máximo respeito pela vida”.
“Lutou até ao fim sem desistir de estar presente para comunicar a fé, a certeza do amor de Deus, em todas as circunstâncias, mesmo naquelas que o mundo já não quer ver ou a que retirou a dignidade”, refere a nota da CEP.

Milhões de pessoas são esperadas na cerimónia de beatificação que vai ter lugar no Vaticano a 1 de Maio, sob a presidência de Bento XVI.

Ecclesia - Octávio do Carmo