quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

S.Francisco Xavier - Padroeiro das Missões

“Não é muito alto nem muito pequeno. O seu porte é nobre sem afectação, e os seus olhos fixos continuamente no céu e humedecidos pelas lágrimas. Aos seus lábios assoma perpétuo sorriso; as suas palavras são poucas, mas comovem até fazer chorar”. Esta era a imagem de Xavier que mantinha fresca na sua imaginação o Padre Baltasar Nunes Barreto, ao escrever da Índia, em 1548. Na profundidade dos seus olhos negros encerravam-se as aspirações de uma alma grande, que no Oriente inteiro encontrou cárcere estreito para as suas ânsias de apostolado.

S. Francisco Xavier é uma das figuras mais extraordinárias de Apóstolo de todos os tempos. Nasceu, a 7 de Abril de 1506, no castelo de Xavier, perto de Pamplona (Espanha). Fez os seus estudos na Universidade de Paris, onde, em 1530, era já professor. Aí conheceu um seu aluno, Inácio de Loiola, que por sua vez lhe dava lições de vida cristã, repetindo-lhe a frase evangélica: “que vale ao homem ganhar todo o mundo, se perde a alma?...”, até que Francisco se rende à Verdade, renuncia às suas ambições académicas e junta-se ao primeiro grupo de jesuítas.

Ordenado sacerdote em 1537, em Roma, é enviado pelo Papa, em 1541, à Índia, ao serviço do rei português, desembarcando em Goa, em 1542, após mais de um ano de viagem onde serviu de enfermeiro e consolador numa peste que atacou a tripulação. Os dez anos que se seguem, constituem uma das epopeias mais gloriosas da História missionária da Igreja.

Sem um momento de descanso, percorre o sul dessa grande nação, calcorreando milhares de quilómetros a pé, pregando e baptizando centenas de milhares de pessoas, famintas da Palavra de Deus, instruindo-as, erguendo Missões, Colégios e Seminários. Em 1551, dirige-se ao Japão, tentando também evangelizar este povo, porém com pouco sucesso, devido à língua e à renitência do povo. Mas não desanima. Não bastava a sua alma apostólica e missionária tanta missão e sofrimento. Sonhou evangelizar também a imensa China, mas morre, aos 46 anos, totalmente esgotado e sem forças, na noite de 2 para 3 de Dezembro de 1552, na Ilha de San-Choan. De Goa vieram buscar o seu corpo que jaz numa urna venerada por cristãos e hindus.

Foi canonizado em 1622, juntamente com Santo Inácio de Loiola. Foi proclamado Patrono principal das Missões. A sua memória litúrgica é celebrada a 3 de Dezembro.