segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sínodo Diocesano: um caminho a descobrir

Nas reuniões, em alguns Jornais, no Boletim Pastoral. Entre outros, começou a falar-se de um Sínodo Diocesano. O que é? Para que serve? Como se faz? Que resultados? Quem o faz?
Estas e mais outras tantas perguntas bailam na mente de algumas pessoas que já se acostumaram a escutar esta terminologia quer a nível diocesano ou mesmo a nível da igreja universal. O caminho é longo e abrange toda a gente. Questiona, interpela, desce ao povo: saber quem somos, o que nos ocupa e preocupa, as metas a que nos propomos. Tudo isto, e muito mais, é caminho a fazer.
Não basta indagar, pois sínodo não é estudo de opinião nem sondagem. Todavia é preciso um conhecimento da realidade para gerar temáticas que nos dizem respeito e às quais temos que dar o sabor do Evangelho.
Por algum tempo, e servindo-nos dos trabalhos e estudos da Comissão pré-Sinodal, iremos dando conhecimento dos passos e reflexões que estão a ser feitos para que, todos, sem excepção, saibamos dar resposta à pergunta que nos é feita: Igreja Diocesana: que dizes de ti mesma?



SÍNODO DIOCESANO: O QUE É? PARA QUE SERVE?


Símbolo do Sínodo

Desde há algum tempo, fala-se de ‘Sínodo’ na nossa diocese. Uma comissão de oito pessoas está a preparar o Sínodo diocesano. Mais de uma centena de pessoas foram inquiridas acerca do Sínodo. Nas reuniões mensais do Clero têm-se prestado esclarecimentos sobre o assunto. Será que o tema já lhe chegou aos ouvidos? É preciso que lhe toque também o coração.

Sínodo’ é uma palavra pouco habitual.
Por isso, não admira que muitos desconheçam a realidade que esta palavra traduz. ‘Sínodo’ tem origem grega, e é composta de dois elementos: Sun (com) e odon (caminho). ‘Sínodo’ significa, pois, caminho com, ou seja, caminhar com alguém, caminhar com outros, pôr-se a caminho, juntar-se a outros. Quem se põe a caminho, tem em vista uma meta, um objectivo, uma finalidade. Quem caminha com outro ou com outros fala e escuta, ajuda e é ajudado, constrói união e, mais ainda, faz comunhão, durante a caminhada.

A Igreja, na sua linguagem, assume este sentido etimológico da palavra ‘Sínodo’, para designar uma assembleia de fiéis cristãos, com uma ou várias metas específicas. Por isso, falamos em ‘caminhada sinodal’. Os cristãos reunidos em Sínodo querem: caminhar juntos, como membros da Igreja; dialogar juntos as questões que dizem respeito à vida e à missão da sua Igreja (anúncio da Palavra de Deus, celebração da fé, testemunho da vida da fé, governo); aprofundar aspectos da fé que devem viver e testemunhar; responder juntos aos desafios que lhe são postos, no âmbito da sua vida e missão, em cada época.

O que é então o Sínodo diocesano?
É uma assembleia ou reunião de sacerdotes e de outros fiéis, no quadro de uma Igreja particular ou diocese. Unidos e reunidos à volta do seu bispo, sacerdotes e outros fiéis (diáconos, pessoas consagradas, sejam religiosos ou religiosas, sejam leigos consagrados, e outros fiéis leigos) procuram: analisar os problemas da vida e da missão da Igreja diocesana; identificar os desafios que deve enfrentar para realizar a sua missão; propor caminhos de actuação, novos ou renovados, no quadro da vida e missão da Igreja diocesana. Assim se faz e exercita a comunhão, para serem mais Igreja, assim se faz e exercita a corresponsabilidade, para responderem aos desafios.

Tudo isto há-de ser levado a cabo, para o bem do todo que é a Igreja diocesana, assim unida, reunida e em comunhão. Todos os fieis cristãos que ousam fazer ‘caminhada sinodal’, isto é, participar no Sínodo – e são propostas várias maneiras de participação, durante a caminhada – hão-de fazê-lo com o sentido de fidelidade ao seguimento de Cristo, de fidelidade ao Evangelho, de Cristo, de fidelidade ao Espírito Santo que conduz a Igreja no seu todo, de fidelidade ao Magistério da mesma Igreja, de fidelidade à missão da Igreja no mundo.

Para que serve o Sínodo diocesano?
O texto acima já o deixa perceber. Explicitando mais, o Sínodo diocesano há-de servir:
1. Para auxiliar o bispo diocesano no desempenho da sua missão específica. O bispo associa os outros fiéis cristãos, sacerdotes, diáconos, religiosos, leigos, ao seu ministério próprio, corresponsabilizando-os na vida e na missão da Igreja diocesana.
2. Para assumir os desafios pastorais que as pessoas do nosso tempo e a nossa sociedade colocam a esta Igreja diocesana.
3. Para propor caminhos novos ou renovados, a serem percorridos, no quadro da vida e da missão da Igreja diocesana.
4. Para fortalecer a consciência do que é a Igreja diocesana, no desígnio de Deus.

Pe. Bonifácio Bernardo